Síntese de conforto e sossego

São Paulo (AE) – Foi em Aldeia da Serra, próximo de Barueri, a 27 quilômetros de São Paulo, que o advogado Paulo de Moraes encontrou o endereço para realizar seu sonho de livrar mulher e os filhos da correria da cidade. Buscava conforto e sossego, ideal de vida sintetizado na residência, de 250 metros quadrados, do Condomínio Morada dos Lagos. Adquirida em julho de 2005, a casa foi adaptada pelos arquitetos Maurício Karam e Karin Ricciardi, que gastaram quatro meses com as obras.

Ocupar espaços inaproveitados, abrir janelas e inserir panos de vidros em paredes fechadas, permitindo a entrada de luz natural, foram as prioridades dos arquitetos. ?Para que o bem-estar não faltasse no dia-a-dia longe da metrópole, ?vestimos? a casa com materiais quentes e rústicos, sem deixar de lado a sofisticação?, lembram eles.

Segundo os primeiros estudos, alguns espaços não eram compatíveis com a vida da família: faltava, por exemplo, a área interna de lazer para as crianças. A solução foi a construção de um mezanino em meio ao pé-direito duplo do living (8 metros), exatamente sobre a sala de jantar. O novo espaço também serve de saleta de TV com teto inclinado que segue o caimento do telhado. No alto, a abertura de uma grande janela traz luz ao interior da casa por inteiro. A suíte principal teve sua pequena janela substituída por vidros em toda a parede e a cama foi disposta de modo a oferecer visão da paisagem serrana, típica da região.

Acabamentos

A casa havia sido entregue com acabamentos básicos, como pintura, louças e metais. Foi o momento de imprimir qualidade nos detalhes, utilizando revestimentos sóbrios, adequados à identidade dos proprietários. ?Trabalhamos os grandes planos de paredes com o revestimento de madeira e textura rústica?, diz Karin. A parede da escada que leva ao segundo piso foi revestida com peroba de demolição. Nas da sala, a tinta texturizada destaca o grande plano da passarela superior. Esse tipo de textura é aplicado diretamente na superfície, dispensando acabamentos; depois, basta aplicar gel para conferir ar envelhecido à massa.

A marcenaria da casa foi desenhada pelos arquitetos em madeira clara (griggio, tonalidade entre o carvalho americano e o freijó nacional). Na sala, um nicho na parede abriga vinhos e bar. Prateleiras em madeira com iluminação interna brilham no espelho. Portas de armários e roupeiros também são daquele tipo de madeira.

A decoração valoriza o conforto e a funcionalidade. As cortinas são grandes panos de voile, que barram a luz sem impedir a vista para o exterior. A mesa Saarinen oval com tampo em madeira e vidro serigrafado em preto tem a companhia de cadeiras em palha da Hemilin. Na sala de estar, sofá e poltronas em tons de fendi marcam presença, assim como o tapete cru – a espessura de 70 mm faz com que a acústica do vão livre seja absorvida.

Porém, a grande atração da casa fica por conta da TV de plasma instalada sob o vão da escada, em um ?jardim? criado com pedras mosaico português bege e bambus gigantes desidratados de quase 5 m de altura.

Jardim e varanda

A madeira de demolição aparece na varanda, que foi ampliada com um deck de madeira de cruzetas antigas. A mesma peroba, que compõe dentro da casa o piso da sala, é agora percebida no guarda-corpo do deck e no tampo da churrasqueira.

O jardim foi reformulado com espécies brasileiras, caso dos brincos-de-princesa e da grama amendoim. Há ainda moréias, bromélias gigantes e árvores, como o ipê-amarelo e a jabuticabeira. O mosaico português marrom forra as floreiras nas laterais da casa.

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