Sindicalistas do Porto apóiam postura de Requião

Representantes de 10 sindicatos do Porto de Paranaguá estiveram nesta quinta-feira (14) com o governador Roberto Requião para manifestar apoio ao governo do Estado na luta para evitar a tentativa de federalização dos Portos de Paranaguá e Antonina. O grupo, composto por 17 representantes de sindicatos portuários, assinou a carta do movimento ?O Porto é Nosso?, liderado pelo deputado estadual Rafael Greca (PMDB).

Durante o encontro no Palácio Iguaçu, os sindicalistas destacaram que são favoráveis à política do governador de manter os portos estaduais públicos e administrados pelo estado do Paraná. Também se comprometeram a participar da campanha em favor do porto, que terá um ato público no dia 30 de julho, em Paranaguá.

Requião afirmou que a privatização do Porto de Paranaguá é a verdadeira intenção deste processo de federalização. Ele citou o término do convênio de operação do porto com a substituição por uma delegação de administração – feita em 2001 pelo então governador Jaime Lerner – na qual ele se comprometia a privatizar o porto em seis meses.

?Nós batemos duríssimo na questão da Copel e da Sanepar até que Lerner parou o processo e pediu uma prorrogação. Eu assumi e, então, a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) começou a me cobrar a privatização. Nós temos que nos manifestar com força contra isso?, declarou Requião.

O governador também apontou aos sindicalistas a questão dos transgênicos, outro motivo para privatizar o porto. ?O Paraná possui um mercado cativo que não compra a soja transgênica: o mercado europeu, a Índia e a China. Se o estado não segregar a soja transgênica, irá perder esses mercados?, alertou Requião. Ele ainda citou que os Estados Unidos perderam, em 2003 e 2004, 46,5% de suas exportações porque os mercados não queriam comprar soja transgênica.

Afinidade

A vice-presidente do Sindicato dos Portuários, Maria do Socorro de Oliveira, salientou que os portuários possuem grande afinidade com o governador e que manter o porto público é um ponto fundamental para os trabalhadores. ?Estamos absolutamente de acordo na luta contra a federalização do porto e contra qualquer ato que tire o porto do nosso âmbito. Sabemos que os portos privados não estão indo bem?, declarou.

O presidente a Intersindical, Ademir Scomasson, entidade que representa 10 sindicatos de servidores portuários, lembrou que no passado já haviam contado com o apoio do governador numa campanha em defesa do porto público para a manutenção das baixas taxas de embarque. Requião citou que o Porto de Paranaguá cobra R$ 3,34 pela taxa de embarque, dispensando despachantes; enquanto a tarifa privada é R$ 16,30, somente pelo carimbo do despachante.

Os participantes perguntaram ao governador como poderiam colaborar intensivamente com a luta contra a federalização. Requião ofertou todos os meios de comunicação oficiais para que eles se pronunciassem sobre a questão. Scomasson garantiu que os sindicatos estarão presentes no Ato Público do dia 30, do movimento ?O Porto é Nosso?.

Estiveram presentes no encontro, representantes dos seguintes entidades portuárias: Sindicato dos Consertadores, dos Condutores, dos Arrumadores, dos Estivadores, dos Arrumadores, dos Vigias Portuários, dos Trabalhadores do Bloco, dos Portuários, dos Conferentes, Frente Intersindical e Cooperativa Coopadubo.

O projeto que visa tirar do governo estadual a administração dos portos foi apresentado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP) e aprovado na Câmara, na última quinta-feira, dia 7, com a assinatura de outros dois deputados federais paranaenses, Eduardo Sciarra (PFL) e Abelardo Lupion (PFL).

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