Sinais negativos

Uma coisa puxa a outra. A economia brasileira já dá sinais de desaceleração e o excelente prognóstico desenhado pelo aumento de vendas no comércio verificado no primeiro trimestre apresenta os primeiros indícios de pessimismo. Por extensão, cai o ritmo da produção industrial e a oferta de novos postos de trabalho.

Aliás, esse é outro indicativo preocupante para os próximos meses, tendo em vista que o nível do emprego formal – com carteira assinada – encolheu bastante em comparação com os números registrados em igual período de 2004. Se caem as vendas comerciais, cai também a produção industrial e essa conjuntura faz com que o índice de desemprego continue a aumentar.

Outra constatação não menos alarmante do indesejado declínio econômico é que os postos de trabalho que as empresas não podem deixar de preencher achatam a massa salarial. Ou seja, cada vez que um empregado é demitido e outro é selecionado para a vaga aberta, a empresa contratante sempre o faz pagando salário menor.

Conseqüência natural da desaceleração da produção industrial e do comércio, índice elevado de desemprego e salários achatados dos que ainda conseguem manter o emprego, é a exacerbada inadimplência medida nos principais centros urbanos do País.

Em algumas capitais a inadimplência subiu cerca de 25% em março, refletindo de forma negativa o aumento das compras que acabaram ficando sem pagamento. O presidente Lula reclamou dos que não levantam da cadeira para procurar juros menores, mas não se pronunciou sobre os que deixaram de praticar o bom costume de saldar os compromissos.

Voltar ao topo