Setor siderúrgico investirá US$ 13 bilhões até 2010

O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Luiz André Rico Vicente, anunciou hoje (14), em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o setor investirá US$ 13 bilhões no País até 2010. Os investimentos elevarão a capacidade de produção brasileira de aço de 34 milhões de toneladas para 46 milhões de toneladas anuais. Segundo ele, os projetos são de expansão das empresas e desse total serão gastos US$ 2,5 bilhões em 2005 e US$ 3,6 bilhões em 2006, quando haverá o pico de investimentos. Vicente estima que serão criados de 60 mil a 70 mil empregos temporários durante as obras, e cerca de 40 mil empregos nas áreas que serão ampliadas.

Ele antecipou também o balanço provisório do setor, que teve faturamento de R$ 50 bilhões, em 2004, dos quais US$ 5 bilhões em exportações. Foram vendidos 33 milhões de toneladas, dos quais 17 milhões foram para o mercado interno. O faturamento do ano anterior havia sido de R$ 35 bilhões e essa expansão deveu-se, principalmente, ao aumento das cotações do aço no mercado internacional.

Embora a exportação tenha sido de apenas 12 milhões de toneladas, 7% a menos que em 2003, houve um aumento de 28% na receita. Ele previu que em 2005 deverá haver novamente uma pequena redução na exportação, para que se possa atender a um aumento de até 10% na demanda interna. No entanto, a receita continuará em US$ 5 bilhões, pois as cotações internacionais devem se manter no atual nível.

O vice-presidente do IBS informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se preocupado com o impacto dos preços do aço sobre a inflação, já que a estabilidade é sua prioridade. Vicente disse que o setor buscará atender ao objetivo do governo de atenuar os impactos inflacionários, mas argumentou que os preços internos subiram menos que os externos e citou como exemplo o fato de que as exportações indiretas de aço, feitas sob a forma de produtos industrializados, aumentaram 30% em 2004. "Fornecemos produtos para que nossa indústria fosse competitiva", afirmou.

Ele comentou ainda que o setor está sofrendo pressões de fornecedores de insumos como carvão, que subiu de US$ 60 para US$ 120 a tonelada, e do minério de ferro. Segundo ele, já há notícias de acordo na Ásia para a elevação dos preços do minério em até 40%.

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