São Paulo – A indústria de fundição encerrou 2005 com produção de 2,965 milhões de toneladas, o que significou um avanço de 4,8% sobre os 2,869 milhões de 2004. O faturamento situou-se em US$ 4,5 bilhões, com aumento de 7% sobre o ano anterior. Os dados foram divulgados hoje (21) pela Associação Brasileira de Fundição (Abifa).
As vendas para o mercado externo cresceram 14,4% em volume, para 612 mil toneladas, e 28,4% em receita, para US$ 1 094 bilhão. Segundo o presidente da Abifa, Luiz Carlos Kock, o bom desempenho, mesmo com a apreciação do real, deve-se à venda de produtos com maior valor agregado e aos contratos fechados no ano anterior. Ele lembra que as encomendas desse tipo de produto demoram um certo tempo para serem consolidadas. "Assim, as vendas para o mercado internacional fechadas em 2004, foram maturadas no ano passado, contribuindo para esse avanço da receita", destacou.
O problema do real sobrevalorizado, no entanto, começa a fazer parte da realidade do setor a partir de agora. Em entrevista à Agência Estado, o executivo disse que os empresários estão encontrando dificuldade em fechar contratos com remuneração considerada adequada. Mesmo assim, Kock espera que o setor mantenha os 20% das vendas totais para o mercado internacional. A receita, por sua vez, não deve apresentar a mesma taxa de expansão do ano passado.
Já no mercado interno, as vendas cresceram apenas 2,6%, em razão do desempenho ruim da indústria de máquinas e equipamentos agrícolas – um dos principais clientes domésticos. Segundo a Anfavea ,a produção desse segmento caiu 23,8%. Mas expectativas da Abifa para 2006 são mais favoráveis. O presidente da entidade acredita que o ano eleitoral deve contribuir para isso. Em sua estimativa de crescimento de 5% para a produção sobre 2005, ele considera mais investimentos em infra-estrutura e as encomendas oriundas das PPPs.
A produção de janeiro já ficou em linha com as projeções de expansão para 2006. No mês passado, a indústria brasileira produziu 237 mil toneladas, com incremento de 6,4% sobre o mesmo mês de 2004. As exportações ainda mostraram vigor, com avanço de 28%, para 58,5 mil toneladas – ainda de contratos antigos. A receita com os embarques foi de US$ 103 milhões, com variação positiva de 26,5%.