Senadores dizem ser censurados em ‘A Voz do Brasil’

Senadores da oposição denunciaram que têm sido censurados nas críticas ao governo Lula por dois órgãos de divulgação das atividades parlamentares: A voz do Brasil e o Jornal do Senado. Eles alegam que têm seus discursos boicotados no programa veiculado em todo o País, de segunda à sexta-feira. Também reclamam da supressão de frases mais agressivas contra o presidente da República e seus ministros. "Estamos de volta ao tempo do DIP de Getúlio Vargas", protestou o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), referindo-se ao Departamento de Imprensa e Propaganda que controlava a imprensa na ditadura de Vargas.

Levantamento feito por assessores de Bornhausen, mostra que nas últimas edições da Voz do Brasil não consta nenhum dos ataque feitos a Lula pelos seus mais contundentes críticos. Ou seja, ficaram de fora, além de Bornhausen, os discursos dos tucanos Tasso Jereissati (CE), do líder Arthur Virgílio, do senador Álvaro Dias e do senador Antonio Carlos Magalhães (BA).

A pedido deles, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu agir. "Isso é um absurdo, que não vai acontecer. Se ocorreu por falha ou seja lá o que for do setor de comunicação do Senado, vou tomar providências cabíveis", prometeu.

O secretário de Comunicação do Senado, jornalista Armando Rollemberg, afirmou que "não tem e nem haverá nenhuma espécie de censura" na Casa. "Prova disso é que as sessões (do plenário) são transmitidas ao vivo", argumentou. Rollemberg defendeu que, quando muito, pode ter havido falha no critério de edição. "A editoria preferiu priorizar a defesa dos parlamentares que estão sendo acusados", alegou, referindo-se ao espaço dado à senadora Serys Slhessarenko (PT), à líder do PT, Ideli Salvatti (SC) e ao senador Magno Dias (PL-ES). Disse ainda que as queixas mais constantes partem de governistas que se sentem preteridos nos espaços de divulgação do Senado.

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