Seiscentos policiais fazem “varredura” na Vila das Torres

Seiscentos policiais civis e militares começaram nesta segunda-feira (28) uma megaoperação na Vila das Torres, em Curitiba. O objetivo do Governo do Paraná é fazer uma "varredura" na área, prendendo criminosos, para implantar projetos sociais que revitalizem o local. "O Estado implantará políticas públicas para atender a comunidade, mas antes é necessária a intervenção policial", afirmou o governador Roberto Requião.

"A polícia age na Vila das Torres com freqüência e rigor há mais de um ano, entretanto os índices de criminalidade não reduzem na mesma proporção. Isto prova que a violência não é uma questão de polícia, necessariamente. É por isso que o Governo está usando da intervenção policial para implantar mecanismos sociais que tragam de volta a tranqüilidade ao local e, por conseqüência, à população curitibana", analisou o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, que acompanhou pessoalmente as ações na Vila das Torres.

Até o final da manhã desta segunda-feira (28), 20 pessoas haviam sido detidas durante a Operação Vila Torres, como foi batizada. Foram apreendidos quatro carros com chassis irregulares, três armas de fogo, drogas e 300 metros de fios de cobre furtados. A polícia ainda encontrou, em apenas uma casa, 30 bolsas femininas, furtadas na região, com documentos e dezenas de cartões de crédito. De acordo com o primeiro relatório da megaoperação, 1.300 pessoas foram abordadas e 178 veículos foram vistoriados até o final da manhã. "A maioria da população da Vila das Torres trabalha e não é envolvida com a criminalidade. Esta operação privilegia esses moradores, devolvendo a eles a paz para que possam habitar o local com dignidade", disse o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel David Antônio Pancotti.

Para a megaoperação, foram deslocados, além dos 600 policiais civis e militares, mais de cem viaturas e dois helicópteros, três micro-ônibus (um deles funciona como delegacia móvel, fazendo a triagem dos presos), dois caminhões do Corpo de Bombeiros e cães farejadores. Muitos policiais atuaram na moto-patrulha e policiamento a pé. "Estamos limpando área e proporcionando aos moradores a possibilidade de uma vida melhor. O aumento da criminalidade não é só uma questão de polícia e, por isso, esta ação, que é pioniera, além de fazer uma "varredura" na vila, também está implantando projetos sociais que irão revitalizar o local", declarou o delegado Marcus Michelotto, coordenador da Operação.

Neste primeiro dia, as polícias bloquearam completamente 36 ruas da Vila das Torres. A previsão da Secretaria da Segurança Pública, é que a polícia permaneça no local durante os próximos dois dias. "Estamos aqui com todo o aparato policial para restabelecer a ordem. Vamos disponibilizar nesta primeira fase uma delegacia móvel para que a população possa ter acesso mais direto à segurança, denunciando e colaborando com o nosso trabalho. Mas é importante lembrar aos moradores que as denúncias podem e devem continuar sendo feitas, depois desta operação, nas delegacias de toda a cidade", disse o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Jorge Azôr Pinto.

Preparação

A megaoperação na Vila das Torres foi preparada durante 10 dias pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e pelas cúpulas das polícias Civil e Militar. Todo o trabalho é realizado em conjunto com Secretaria de Estado do Trabalho e Promoção Social, Delegacia Regional do Trabalho, Universidade Federal do Paraná, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Colégio Medianeira e Prefeitura de Curitiba.
"A ausência de ações pontuais para resolver o problema da criminalidade e do emprego nos governos anteriores deixaram a situação na Vila das Torres passar dos limites. Vamos, agora, limpar a região para que as pessoas tenham a oportunidade real de viver na legalidade as afastando do crime e aproximando da cidadania através do emprego", disse o secretário Delazari. Segundo ele, este projeto deverá ser levado para várias outras áreas carentes de Curitiba e região metropolitana.

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