Vingança

Preso mais um suspeito de envolvimento em morte de fiscal de combustíveis

Depois de Onildo, Patrick e Ronei, agora a polícia prende Matheus, o Negueba, como mais um suspeito de envolvimento na morte do fiscal de combustíveis Fabrizzio. Foto: Felipe Rosa

Matheus Willian Marcondes Guedes, o “Negueba”, 19 anos, foi preso na noite desta sexta-feira (05), por policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele e mais três pessoas – já presas – são suspeitos de envolvimento na morte do fiscal de combustíveis Fabrízzio Machado da Silva, 34 anos, na noite do dia 23 de março. Matheus teria ajudado a planejar o crime durante o dia e dado cobertura ao executor durante a noite. Assim, é considerado pela polícia como co-autor do assassinato.

O delegado Cássio Conceição, da DHPP , mostrou as imagens das câmeras de segurança, que comprovam a participação de Matheus. Durante o dia, ele aparece numa moto, rondando os quarteirões da casa do fiscal, junto com Patrick Jurczyszin Leandro, o “Diabo Loiro”, 23, que estava num Sandero vermelho. À noite, ao invés de uma moto, Matheus aparece acompanhando Patrick com um Versailles, que ele pediu emprestado a um conhecido. Mas o delegado ressaltou que o dono do carro não tem nenhum envolvimento com o crime.

Amigos

Matheus e Patrick são amigos e moram em Fazenda Rio Grande. Assim que soube da prisão do parceiro de crime, na semana passada, Matheus passou a “flutuar” na casa de conhecidos, amigos e familiares. Cada noite dormia num local. Mas a polícia já tinha endereços de várias pessoas conhecidas dele, passou a monitorar os locais e pegou Matheus chegando a uma destas residências.

De acordo com Cássio, Patrick pagou R$ 4 mil ao amigo, para ajudá-lo com o levantamento de informações sobre o fiscal e o local onde ele morava, no Capão da Imbuia. Apesar das imagens mostrarem os dois circulando pela rua da casa do fiscal, Matheus insistiu em negar participação no crime.

Assista a live com entrevista com o delegado responsável pelo caso: 

Homicídio

Fabrízzio chegava em casa, por volta das 22h do dia 23 de março. Quando parava o carro na entrada de casa, um Sandero vermelho se aproximou e bateu na traseira do automóvel do fiscal. O que Fabrízzio não sabia era que o acidente era proposital, para fazer ele descer do carro e ver o que tinha acontecido. Assim que desceu, Patrick desceu do Sandero e executou o fiscal a tiros. As imagens das câmeras de segurança mostram quando Patrick embarca no Sandero, enquanto o Versailles em que Matheus estava passa por trás, dando cobertura.

Veja imagens das câmeras de segurança que mostram o momento em que Patrick (no Sandero) e Matheus (na moto) fazem o monitoramento da casa de Fabrizzio no dia do assassinato:

Na semana passada, além de Patrick, também foram presos o empresário Onildo Chaves de Córdova II, 36 anos, suposto mandante do homicídio; e Ronei Dulciano Rodrigues, 25, que teria auxiliado Patrick na execução. Onildo é dono de quatro postos de combustíveis na grande Curitiba. Três deles foram fechados dias antes do homicídio pela Operação Pane Seca – do Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep) e Delegacia do Consumidor (Delcon) – que investiga irregularidades em postos de combustíveis (adulteração de combustíveis e adulteração nas bombas, para fazer o cliente pagar mais e levar menos combustível embora).

Pane Seca

Fabrízzio, que é presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis, teria feito a denúncia que originou a investigação contra os postos de Onildo e muitos outros na grande Curitiba. Apesar disto, o delegado Cássio Conceição é prudente em não afirmar que o assassinato do fiscal tem relação com a Pane Seca. “Podemos dizer que a morte tem sim relação com a atividade profissional do Fabrízzio, que é a de fiscal de combustíveis. Mas não posso dar certeza que a morte dele foi por causa das investigações da Pane Seca”, diz o delegado.

Todos os quatro envolvidos estão com prisões temporárias que, segundo Cássio, em breve devem ser convertidas para prisões preventivas, que deve mantê-los mais tempo na cadeia.