Esquemão

Suspeito de liderar golpe de falsa venda de imóveis, casal que estava foragido é preso em Curitiba

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Um casal que era líder de uma quadrilha que aplicava golpes em quem procurava comprar imóveis no litoral do Paraná, segundo a Polícia Civil, estava foragido, mas foi preso nesta quinta-feira (14) no bairro Água Verde, em Curitiba. A ação faz parte da Operação Terra Prometida que começou na última terça-feira (12). Um homem identificado como Geraldo Magela Esmério, de 29 anos, que também seria integrante do grupo, está foragido. Outra quadrilha que agia da mesma forma também é alvo da operação.

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De acordo com a polícia, a quadrilha era comandada pela transexual de 48 anos, identificada pelo nome social Luísa Zaza Fernandes da Conceição. Ela e o companheiro Sérgio José dos Santos, 48 anos, comandavam o esquema junto com Edson Lopes dos Santos, de 83, e Silvana Natel Glaser, de 52 anos, que já estão presos. O único que está foragido é Geraldo, ele seria a pessoa que anunciava os terrenos nas redes sociais.

“O casal já foi interrogado, tem o argumento deles, mas não tem os documentos que comprovam a propriedade de um terreno que é da União. Nós deflagramos a operação Terra Prometida e eles eram foragidos. Outras duas pessoas que faziam desta associação já estão presos. O Cope recebeu a informação que este casal estava se organizando para fugir e fomos até lá. Conseguimos prender os dois, com um mandado de prisão e com eles encontramos contratos de outras vítimas, procurações, documentos que interessam a prova”, explicou delegado Fábio Machado.

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Grana alta

Em alguns casos, o prejuízo chegou a quase R$ 500 mil. Segundo a polícia, Luísa, Sérgio José e Geraldo se passavam por proprietários e corretores, respectivamente, de um imóvel localizado no Balneário Guaciara, em Matinhos. O trio criou um anúncio, ofertando a falsa propriedade, em um site de compra e venda da internet, e atraiu as vítimas. Após demonstrar interesse no imóvel, as vítimas entravam em contato e começaram a negociar com os suspeitos.

Após diversas tratativas, elas marcaram de concluir a compra e formalizar o contrato em um escritório, situado no bairro Flamingo, em Matinhos, onde Geraldo utilizava para atender pessoas que caíam no golpe. Se passando por proprietária do imóvel, Luisa e as vítimas chegaram a assinar um Instrumento Particular de Compra e Venda.

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Cartório distante

Depois, todos ainda se deslocavam a um cartório, em Mandirituba, na RMC, ao invés de um cartório de Matinhos, para realizar a parte burocrática da tramitação. Ainda que houvesse suspeita das vítimas por conta do cartório, os suspeitos explicavam que só faziam procedimentos em Mandirituba porque os servidores do local eram seus amigos e que lá teriam preferência no atendimento. Para dar ainda mais firmeza no golpe e fazer com que as vítimas acreditasse, os suspeitos diziam que o cartório da RMC oferecia descontos especiais na documentação.

No cartório, Edson, que atuava como tabelião, dava suporte. Junto com Silvana, escrevente juramentada, os dois chegaram a fazer a escritura de compra e venda do imóvel fraudulento. O imóvel havia sido anunciado por R$80 mil, as vítimas deram um sinal de R$5 mil para a reserva e pagaram R$25 mil em cheque, no ato da assinatura do Instrumento Particular de Compra e Venda.

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Conforme apurado, no momento da assinatura da escritura pública, embora as vítimas tivessem solicitado, os suspeitos não apresentavam os documentos que comprovassem a propriedade do imóvel adquirido, afirmando que depois apresentariam as escrituras e certidões. Duvidando do que estava acontecendo, as vítimas pesquisaram em registros públicos e perceberam que tinham sido vítimas de uma fraude e que o imóvel seria de propriedade de uma construtora, a qual teria sido objeto de execução judicial e estaria registrado como sendo de propriedade da União Federal.

O delegado acredita que o grupo agia desde 2014. Apesar de tanto tempo agindo, somente no ano passado as vítimas tiveram conhecimento de que caíram em num golpe. “A descoberta só acontecia muito tempo depois. Numa das situações, por exemplo, a vítima foi tentar fazer melhorias no terreno e acabou sendo impedida pelo verdadeiro proprietário”.

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