A busca na redução dos acidentes e, consequentemente, nas mortes na BR-376, entre o Paraná e Santa Catarina, é rotina não só para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas também para a Arteris Litoral Sul, concessionária que administra o trecho. Foi por isso que a PRF criou a operação Serra Segura, que nesta quinta-feira (6) chegou a sua 100ª edição. Desde 2014, quando os policiais começaram a trabalhar intensamente na rodovia, as mortes caíram de 34 para 21 em 2018.

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Entre os trechos de maior preocupação e motivo de ainda mais esforço da força-tarefa, está a Curva da Santa, no km 668,5 da BR-376 e que já foi considerado como uma das curvas mais perigosas da América do Sul. A PRF divulgou imagens de vários acidentes e explicou que muitos poderiam ter sido evitados se houvesse manutenção periódica nos veículos. No trecho, já foi criada uma área de escape, que é importante no caso de veículos sem freios, e que evitou mais de 200 acidentes.

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A operação, criada pela PRF, busca ir além do formato tradicional de fiscalização. As ações são feitas somente em locais estratégicos, justamente aqueles que antecedem as curvas mais perigosas e traz também, com apoio da concessionária, mecânicos para inspecionar as condições dos veículos, principalmente o sistema de freios. “O que nós buscamos é fazer com que os veículos não trafeguem ‘mais ou menos’ e sim em perfeito estado, simplesmente para aumentarmos o índice de acidentes evitados”, explicou Giovanni Bruel, chefe da Seção de Operações da PRF no Paraná.

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Nos quatro anos de operação em todo o Paraná, mais de 9 mil motoristas de caminhões foram abordados, com mais de 5 mil multas. Já no trecho da BR-376, mais de 2 mil veículos foram inspecionados e a PRF encontrou problemas em 998 caminhões, que estavam com algum tipo de irregularidade grave, principalmente nos freios, onde é o foco do trabalho.

As ações são feitas somente em locais estratégicos, com risco de acidentes. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

O foco da ação da PRF é o transporte de cargas. “Nosso objetivo é conscientizar e trabalhar junto com o caminhoneiro, que é uma das peças importantes da nossa economia. O foco é orientar e é nisso que priorizamos”, comentou o PRF.

Além de inspecionar os veículos, a PRF explicou que a multa vem em último caso. “Justamente porque entendemos que o fator maior de risco é a falta de manutenção, principalmente nos trechos de Serra onde há sobrecarga no sistema. Buscamos a questão educacional, com palestras e até miniaulas além das inspeções”, considerou Giovanni Bruel.

Menos acidentes

Segundo a concessionária, a preocupação com os acidentes vem desde antes de 2014 e isso fez com que os registros de mortes diminuíssem ainda mais. Os dados divulgados, de 2011, mostram que os números de acidentes fatais na rodovia diminuíram de 46 para 21 até novembro de 2018, ou seja, caiu mais da metade.

Área de escape é uma das ações para dar mais segurança. Localizado antes da Curva da Santa, o espaço serve para o motorista evitar uma tragédia maior saindo da pista. Foto: Reprodução.

Desde 2008, a Arteris informou que já investiu bilhões em obras de melhorias e, somente na BR-376, além da área de escape foram construídos sete trevos, passarelas e mais trabalhos que buscavam deixar melhor as condições da via. Além disso, foi instalada iluminação durante o percurso de 30 quilômetros da Serra, onde antes os motoristas não passavam no período da noite por medo. “A iluminação trouxe mais segurança e mais conforto. Percebemos que mais usuários começaram a passar pela rodovia a noite e com menos acidentes”, avaliou André Bianchi, diretor da concessionária Arteris Litoral Sul.

Segundo a concessionária, evitar o acidente é importante não só pelas vítimas, mas também para todos que circulam na rodovia. Para esse trabalho, de fazer com que os motoristas se conscientizem mais, a inclusão de novos radares não está descartada. “Hoje, grande parte dos acidentes que aconteceram na Serra são de caminhões que perderam freio. Assim (com a instalação de novos radares), conseguimos ter não só o controle do excesso de velocidade, mas um fluxo constante na velocidade dos caminhões para que evitemos que percam o freio”.

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