Segundo pesquisa, 77,8% dos trabalhadores brasileiros fazem hora extra

Uma pesquisa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), divulgada nesta quinta-feira, indica que 77,8% dos trabalhadores brasileiros fazem hora extra. Apenas 21% dos trabalhadores consultados declararam não trabalhar acima da carga horária contratada, 36,4% disseram fazer às vezes horas extras, 22,1% declararam raramente fazer, 19,3% afirmaram realizar freqüentemente e 1,2% não souberam responder.

A pesquisa, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), usou como metodologia a aplicação de questionários entregues diretamente aos trabalhadores em todas as regiões do país, nos ramos químico, transporte, vestuário, metalúrgico e de comércio e serviços. Três mil trabalhadores de cinco mil consultados responderam às questões. A análise dos dados é preliminar e será concluída até junho.

"É um absurdo no Brasil uma quantidade tão excessiva de horas extras. Há um estímulo exagerado para que o cidadão pratique horas extras. Nós até compreendemos que é porque o salário é extremamente baixo. Mas, ao fazerem isto, conseqüentemente, se retira o posto de trabalho de uma outra pessoa", afirmou João Antonio Felicio, presidente da CUT.

De acordo com a pesquisa, 76,9% dos trabalhadores disseram que nunca foram ameaçados ou punidos por se reusarem a fazer hora extra; 18,7% afirmaram que já foram ameaçados ou punidos e 4,4% não souberam responder.

Questionados sobre as razões que os levavam a realizar trabalho acima da carga-horária contratada, 45,3% dos pesquisados disseram que fazer horas extras proporciona complementação essencial da renda mensal; 23,4% afirmaram que faziam para demonstrar um comprometimento com a empresa; 14,6% declararam que realizavam para complementar a renda para compra de bens; 9,8%, para complementar a renda para atividades de lazer e cultura; 2,4%, para ficar bem com os colegas e 2,4% deram outras razões.

Voltar ao topo