O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que não queria levar a público as críticas que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, fez à política econômica, mas como foi colocado pela imprensa, afirmou que a ministra "estava errada" nas suas ponderações. Em entrevista publicada na quarta-feira, ela chamou de "rudimentar" o ajuste fiscal de longo prazo, proposto pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, além de criticar as taxas de juros básicas do país.
Palocci disse concordar com a ministra, entretanto, sobre a necessidade de "se olhar os investimentos públicos com mais carinho". De acordo com ele, os investimentos privados não serão substituídos por investimentos públicos e, por isso, o governo federal tem colocado no orçamento de cada ano previsões orçamentárias neste sentido. Palocci disse que, para 2006, a proposta de orçamento discutida pelo Congresso prevê investimentos públicos da ordem de R$ 3,3 bilhões.
O ministro afirmou que "não há sinais do presidente (Lula) de que a política econômica deva mudar", ao responder a pergunta do senador Jefferson Peres (PDT-AM), se conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para permanecer no governo.
Palocci, que depõe na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, afirmou que é importante que se tenha coesão no governo e que o projeto econômico é um assunto discutido constantemente com o presidente.