Segundo a FGV, expectativa do consumidor subiu com boas notícias

A profusão de boas notícias na economia, como risco-País reduzido, a inflação baixa, o PIB revisado para cima e aquecimento no setor de construção civil, puxou para cima as expectativas do consumidor em maio – que encerrou o mês com confiança em alta. A avaliação é do coordenador de sondagens conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. Nesta quinta-feira (24), a instituição anunciou crescimento de 2,6% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em maio, ante queda 1,9% em abril.

Ele informou que o Índice de Expectativas, um dos dois indicadores componentes do ICC e que subiu 3,5% esse mês, foi um dos principais responsáveis pela recuperação da confiança do consumidor em maio. Isso porque aumentou, de 23,7% para 30,2%, a proporção de informantes prevendo melhora na situação econômica local e reduziu-se, de 9,6% para 7,9%, a parcela dos que prevêem piora.

Campelo admitiu que nem todos os consumidores têm o hábito de ler com freqüência o noticiário econômico. Entretanto, considerou que "foram tantas notícias boas" no setor que não havia como ignorar. Ele comentou ainda que um dos setores atualmente mais aquecidos é o de construção civil, intensivo em mão-de-obra. Com o aumento de número de contratações nessa área, isso ajuda a elevar a avaliação do consumidor em relação ao mercado de trabalho – e seu otimismo em relação ao futuro.

Quando questionado se o resultado favorável da confiança do consumidor poderia ter uma trajetória de continuidade, o economista foi cauteloso. "Não temos como saber isso agora. Mas se depender somente do "front" econômico, eu acho que sim, que pode continuar. Parece que a economia está entrando em um ritmo mais rápido", afirmou. "Mas pode ocorrer, nos próximos meses, algum evento político ou de segurança urbana (que derrube a confiança do consumidor)", afirmou.

Ainda segundo o economista, a pesquisa não captou o humor do consumidor em relação aos escândalos de corrupção envolvendo políticos do governo Lula, revelados durante a investigação da Polícia Federal na Operação Navalha – visto que o período de término das entrevistas (dia 21 de maio) praticamente coincidiu com a divulgação do caso. "Pode ser que apareça na pesquisa (do Índice de Confiança do Consumidor) de junho", afirmou.

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