Secretário do Tesouro diz que finanças do país estão cada dia mais estáveis

Brasília – O Brasil está numa situação financeira cada dia mais estável e aproveita as condições favoráveis de mercado para se fortalecer com o reforço das reservas internacionais e lançamento de títulos para alongar o perfil da dívida interna, disse nesta terça-feira (24) o secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Segundo Godoy,  a situação externa do Brasil, no momento, é confortável e goza de credibilidade, porque além da estabilidade financeira, juros em queda e inflação sob controle, o país diversificou o máximo possível suas relações de mercado. Todos esses fatores, de acordo com Godoy, trazem vantagens econômicas em relação a países como México e Chile, que "se apóiam muito numa única opção comercial, no caso os Estados Unidos".

Tarcísio Godoy fez ampla exposição aos senadores sobre a evolução da dívida pública e a colocação de títulos no exterior, em especial quanto ao desenvolvimento de estratégias de longo prazo, gerenciamento de risco e relacionamento com investidores. "Um esforço concentrado para garantir os princípios de estabilidade monetária com responsabilidade fiscal", afirmou.

O secretário explicou que o Tesouro dedica especial atenção a seis variantes de riscos. O "risco financeiro ou de mercado", segundo ele, "prioritário na medida em que trabalha com incertezas relacionadas a retorno e com custos decorrentes de fatores de mercado, que levam em conta as oscilações nas taxas de juros, nos índices de inflação e nas cotações cambiais".

O risco de crédito, referentes à capacidade de honrar obrigações contratuais; o risco legal, que é a possibilidade de alteração normativa; risco operacional, relacionado a sistemas inadequados, falhas de gerenciamento e erros humanos; o risco orçamentário, com necessidade de suplementação de recursos; e o risco de refinanciamento, decorrente da concentração de vencimentos da dívida em um determinado período.

Godoy informou aos senadores que a dívida pública mobiliária federal, expressa em títulos do Tesouro, encerrou o mês de fevereiro com estoque de R$ 1,120 trilhão (o número de março será anunciado amanhã), mas o Plano Anual de Financiamento (PAF) estima que chegará ao final do ano entre R$ 1,230 trilhão e R$ 1,300 trilhão. "Vamos promover, tanto quanto possível, o aumento da participação de títulos com remuneração préfixada e atrelada a índices de preços, de modo a melhorar a composição da dívida, ao mesmo tempo em que trabalhamos para reduzir os riscos das taxas de câmbio e de juros", explicou.

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