Secretário do Paraná denuncia desembargador preso pela Polícia Federal

O desembargador Ricardo Regueira, do Tribunal Regional Federal da 2ª. Região, preso na Operação Furacão, foi o principal responsável por autorizar o funcionamento de duas casas de bingo em Curitiba, em maio do ano passado. A denúncia foi feita nesta sexta-feira (20) pelo Secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari. Segundo a Secretaria, foi de Regueira o voto de desempate em um recurso interposto pela D.W. Brasil, LDE – Lazer e Diversões Eletrônicas, Marabá Comércio e Serviços e Tenex Promoções e Eventos contra a União e a Caixa Econômica Federal. Delazari disse que as liminares beneficiaram os bingos Village Batel e Bristol.

Segundo ele, o fato de ter entrado com o pedido em outro Estado é um artifício utilizado pelos proprietários das casas, que se associam a outros empreendimentos para isso. "Os empresários são os mesmos, abrem outras empresas, com outra razão social, com outro nome para tentar burlar a Justiça, associam-se a empresas de outros Estados de forma ilegal", disse.

O secretário afirmou que está levantando todos os documentos para entregar à Polícia Federal. Ele também prometeu levantar informações sobre todas as outras liminares concedidas para também encaminhar à PF. Em nota, a Secretaria da Segurança acentuou que, na apreciação do recurso, os argumentos utilizados por Regueira foram decisivos para que o relator do processo, desembargador Sérgio Schwaitzer, mudasse seu parecer, que inicialmente era contrário à reabertura dos bingos.

Posteriormente o governo do Estado conseguiu a suspensão das liminares no Supremo Tribunal Federal (STF). Delazari disse que gostaria que a Polícia Federal investigasse as empresas e os empresários que atuaram com o jogo no Paraná. "Queremos saber, por exemplo, se estas duas casas de bingo, que conseguiram a liminar no TRF da 2ª. Região, teriam comprado a sentença, afinal um dos desembargadores responsáveis pelo voto de desempate foi preso pela Polícia Federal e, na época, o desembargador Carreira Alvim (também preso) era o vice-presidente do Tribunal.

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