Satélite ajuda determinar área de trigo no Paraná

Pela primeira vez, a estimativa da área de trigo no Paraná é elaborada com base nos dados obtidos pelas imagens de satélite e GPS (Sistema Global de Posicionamento de Satélites). Desde a semana passada, 45 técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, visitam regiões produtoras onde utilizam a tecnologia na coleta de informações, que permitem estimar a área com a cultura no Estado.

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, destacou a importância da tecnologia a serviço dos profissionais que atuam no setor agropecuário. Para ele, a novidade vai possibilitar a obtenção de dados em tempo real. ?Além da rapidez, passamos a trabalhar com uma maior objetividade. Com isso, podemos ter uma previsão de safra mais confiável?, disse.

A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria da Agricultura e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ambas participam do projeto Geosafras, que permite avanços na previsão de safras.

Segundo os participantes, a metodologia é aplicada em 21 municípios de diferentes regiões do Paraná. Em cada um dos municípios envolvidos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sorteou, aleatoriamente, 100 pontos. Por meio deles será possível estimar a área de trigo no Estado.

A coordenadora da Divisão de Estatística Básica (DEB), Gilka Cardoso Andretta, lembrou que por intermédio da metodologia é testada uma tecnologia nacional, desenvolvida por pesquisadores do Inpe. ?Usamos imagens do satélite CBERS2, construído pelo Brasil e pela China?, comentou.

Até então, a previsão de safra do Deral sempre foi subjetiva. ?Para obter os dados necessários, precisamos ouvir os produtores, as cooperativas, as empresas de insumos e sementes, enfim, todos os participantes da cadeia produtiva do trigo. Por isso, o tempo dispensado para obter as informações é bem maior. E, por mais que procuramos nos aproximar dos dados reais, ficamos na dependência das informações passadas por produtores e demais pessoas?, afirmou.

Apesar das dificuldades impostas pela coleta de dados tradicional, os técnicos vão manter a previsão de safra subjetiva. ?Esta técnica é nosso carro-chefe. Até o IBGE e a Conab adotam os números que obtemos. Nosso dever é fazer uma previsão de safra com qualidade. E isso sempre conseguimos por meio da previsão subjetiva?, concluiu.

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