São Paulo tem 67 ônibus a menos; prejuízo é de R$ 8 milhões

A capital teve ontem o dia mais tranqüilo depois do reinício da onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), no dia 11. Apenas na zona leste e na Grande São Paulo houve registro de ocorrências, sem gravidade. Por conta da volta dos atentados, a cidade de São Paulo está com 67 ônibus a menos circulando, segundo a São Paulo Transportes (SPTrans)

As perdas não param de crescer. Como cada veículo custa R$ 120 mil, no total são mais de R$ 8 milhões de prejuízos até agora. Em maio, quando a facção criminosa iniciou os atentados, pelo menos 40 veículos foram destruídos, de acordo com o SPUrbanuss, sindicato que reúne as empresas de ônibus da capital. Os quase R$ 6 milhões perdidos na primeira onda de violência deixaram um buraco no orçamento das empresas e, até hoje, nem todos os veículos foram repostos

Na noite de anteontem, mais quatro carros foram incendiados, dois na zona leste, um na zona norte e um na zona sul. Nenhum deles tem seguro contra vandalismo. Na Grande São Paulo, a única depredação registrada foi em São Bernardo do Campo. Um carro foi atingido por tiros por volta das 22 horas na garagem

A ação do PCC não se restringiu aos coletivos. Na madrugada de ontem, na Regional de Itaquera da Guarda Civil Metropolitana (GCM), seis pessoas em três motocicletas passaram e atiraram contra os guardas. Nenhum tiro acertou o alvo

Em Ferraz de Vasconcelos, um carro da GCM foi atingido na Avenida Getúlio Vargas. Ninguém ficou ferido. Na cidade aconteceu uma das ocorrências mais inusitadas. Quatro rapazes, dois deles menores de idade, foram detidos quando entregavam panfletos pedindo pelos direitos dos presos, denunciando maus-tratos e abusos nas cadeias. O flagrante foi feito às 21h30 de anteontem, e às 2h40 de ontem os jovens foram liberados

"Eles estavam numa festa, ofereceram R$ 10,00 para que eles entregassem os papéis e os bobos aceitaram", explicou Delvite Rosa dos Santos Silva, mãe dos dois menores, enquanto aguardava a liberação dos filhos. O mesmo texto dos panfletos foi encontrado em uma faixa que seria colocada em uma estação de trem da cidade. Surpreendidos pela polícia, os homens pularam a linha do trem e conseguiram fugir.

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