Salário na indústria volta a crescer

Rio de Janeiro – Os trabalhadores da indústria tiveram aumento do poder de compra. A folha de pagamento cresceu 3,6% em fevereiro em relação a janeiro e 5,4% na comparação com fevereiro do ano passado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (12).

O acumulado no primeiro bimestre de 2007 ficou em 4,7%, acima do último trimestre de 2006: 2,6%. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, apontou ligeiro avanço frente a janeiro: 1,7%. Os dados levam em conta influências sazonais. O IBGE não divulgou números, apenas índices.

A contribuição positiva mais relevante, informa o instituto, veio de São Paulo (4,7%), influenciado principalmente pelo setor de produtos  químicos (38,2%), por conta do pagamento de participação de lucros em fevereiro de 2007, seguido por alimentos e bebidas (8,7%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e comunicações (6,4%). Minas Gerais teve 6,8% e a região Nordeste, 7,9%.

O número de empregados na indústria também cresceu em comparação com janeiro: 0,3%. Foi o segundo aumento consecutivo. Na comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento do emprego industrial foi de 1%, assim como no acumulado do ano. E as contratações superaram as demissões em dez dos 14 locais pesquisados. São Paulo teve aumento de 2%, o Nordeste teve 1,9% e as regiões Norte e Centro Oeste, 2,4%. Esta série é livre de influências sazonais.

Segundo Denise Cordovil, uma das coordenadoras da pesquisa, o emprego vem crescendo especialmente no segmento de alimentos e bebidas. "Esta indústria está sendo beneficiada pelo dinamismo da exportação de commodities agrícolas, como soja, açúcar e carnes", explicou.

Por outro lado, o Rio Grande do Sul teve queda de 3,3% no emprego industrial e Minas Gerais, de 1%. "Esses resultados refletiram principalmente prejuízos no setor de calçados e artigos de couro, junto com vestuário. São produtos que vêm perdendo espaço para a exportação devido à valorização do real", avaliou a economista.

A pesquisa é feita em 14 áreas: Nordeste, Sudeste, Sul, Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, por fim, as regiões Norte e Centro-Oeste juntas.

No início da semana, o IBGE divulgou que a indústria teve crescimento em sete regiões e queda em outras sete.

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