Risco Brasil atinge menor nível da história

O risco país atingiu ontem o nível mais baixo da história, de 208 pontos. O indicador – que mostra a diferença entre a remuneração dos títulos do Tesouro dos EUA e a de papéis da dívida externa brasileira – recuou 3,70%. O risco país demonstra o apetite de estrangeiros por papéis da dívida – quanto mais baixo, maior a demanda por esses títulos. Segundo analistas, o risco do Brasil vem batendo recordes de baixa por causa dos fundamentos da economia do País, aliados à situação positiva da economia mundial. O recuo do risco ajudou a derrubar o dólar, que encerrou a quarta-feira cotado a R$ 2,16, queda de 0,46%.

Por causa da farta liquidez mundial, o risco de todos os países emergentes vem recuando. Como os juros dos Estados Unidos, União Européia e Japão estão baixos, aumenta a demanda de investidores por títulos de emergentes, que oferecem remunerações maiores. Mesmo assim, o Brasil se destacou entre os países em desenvolvimento acompanhados pelo Emerging Markets Bond Index (Embi) do banco JP Morgan. Enquanto o risco Brasil caiu 31,8% desde o início do ano, o risco médio dos emergentes (excluída a Argentina, que distorce o índice) caiu apenas 21,6% no mesmo período. "Este ano, o Brasil foi destaque entre os emergentes", disse Solange Srour Chachamovitz, economista-chefe da Mellon Global Investments do Brasil. "Na turbulência de maio, o País foi o menos afetado; o risco continuou caindo.

Todos os países se beneficiaram da liquidez mundial, mas o Brasil, com seus fortes fundamentos econômicos, está aproveitando melhor essa onda, diz Solange. "A conjuntura doméstica brasileira é a mais favorável dos últimos anos", diz.

A inflação está sob controle e, pela primeira vez, o País começará um ano sem ter que "desinflacionar" a economia. A inflação deste ano deve ficar abaixo de 4% , e a meta do ano que vem é de 4,5%, diz. Apesar da desaceleração do segundo trimestre o PIB deve encerrar o ano com alta de 3,3%, "boa para o Brasil" diz Solange.

Além disso, os indicadores externos do País são muito bons, muito próximos dos apresentados por países que têm classificação de grau de investimento, ou seja, são considerados seguros para os investidores. "A dívida externa líquida está negativa." Já o front fiscal ainda é fonte de preocupações, por causa da má qualidade do ajuste. "Mas não há preocupação no curto prazo.

Para completar, a decisão do Fed (o banco central americano), de fazer uma pausa nas elevações de juros, alimentou o otimismo. "No curto prazo, a pausa do Fed é um fator determinante para a queda do risco", disse Alexandra Maia, economista-chefe da GAP Asset Management. "Mas a ‘faxina externa’ feita pelo governo brasileiro nos últimos tempos responde pela melhora no médio prazo.

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