RF e PF negam que prisões dos diretores da Schin beneficiaram a Ambev

A Receita Federal e a Polícia Federal (PF) rebateram hoje (25) as insinuações da
diretoria da Schincariol, de que a deflagração da Operação Cevada haveria
beneficiado sua concorrente, a Ambev. Em nota divulgada ontem (24), a cervejaria
alegou que a prisão de integrantes de sua diretoria, na ação combinada da PF e
da Receita, impediu que a Shincariol comparecesse a uma reunião do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que discutia uma associação entre a
Ambev e a cervejaria belga Interbrew. A operação foi aprovada por unanimidade. A
reunião do Cade ocorreu no mesmo dia das prisões dos diretores da
Schincariol.

Tanto a Polícia quanto a Receita informam, porém, que as
detenções atenderam a uma decisão da Justiça. Ou seja, não coube a nenhum dos
dois órgãos a decisão quanto à data das prisões.

A direção nacional da
Polícia Federal afirmou, por meio da assessoria, que a instituição tem atuação
técnica e não persegue nem protege ninguém. Considerou descabidas as alegações
da Schincariol.

Técnicos envolvidos na Operação Cevada afirmam que ela
foi deflagrada após uma investigação que durou mais de quatro anos e reuniu
indícios de sonegação fiscal. Ela não teria, portanto, nenhuma relação com uma
disputa comercial pelo mercado brasileiro de cerveja que estava em discussão no
Cade.

A troca de ações entre a Ambev e Interbrew tinha pareceres
favoráveis do Ministério da Fazenda e do Ministério da Justiça. A principal
razão pela qual a associação com a Interbrew foi aprovada é que as marcas da
cervejaria belga não são conhecidas no mercado brasileiro. A Ambev já detém 67%
do mercado no Brasil.

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