Resultado de exames de aftosa no PR deve sair só no fim da semana

Curitiba (AE) – A assessoria da Secretaria da Agricultura do Paraná informou hoje (25) que os exames laboratoriais que devem confirmar ou não a ocorrência de febre aftosa em 19 animais espalhados em quatro propriedades do Estado "não ficam prontos antes de quinta-feira". A confirmação no Laboratório Nacional de Agricultura, em Belém (PA) passa por três contraprovas, o que retarda a divulgação do resultado.

A possibilidade de que não seja aftosa é pequena. No sábado, em Brasília, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, tinha previsto chance de 90% para a doença. Se for confirmada, o assessor da presidência da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Carlos Augusto Albuquerque, acredita que a reabertura do mercado paranaense somente será rápida se ficar provada a tese que o governo vem defendendo, de que o foco se alastrou no Paraná em razão de o vírus ter vindo de Mato Grosso do Sul, em gado que recebeu licença de sua Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

Enquanto as restrições não são suspensas, alguns produtores, sobretudo de leite, acumulam prejuízos no Estado. Sem capacidade de armazenagem, produtores de Arapoti, no norte pioneiro, estão jogando o leite fora. Somente hoje foram perdidos cerca de 80 mil litros. Esse leite iria para o interior de São Paulo, onde seria industrializado. Os produtores de suínos também estão preocupados, pois não há vacina contra a aftosa para esses animais. Por isso, a orientação de associações de produtores é que as propriedades tenham acesso restrito.

A nova portaria, baixada ontem (24) pela Coordenadoria da Defesa Agropecuária, da Secretaria da Agricultura de São Paulo, satisfez algumas indústrias paranaenses, ao permitir o trânsito de carne de bovídeos, desossada e submetida a processo de maturação. Carnes de suínos também podem entrar em São Paulo, desde que desossadas e embaladas. Com osso só pode entrar se for para estabelecimento com Serviço de Inspeção Federal ou do Estado de São Paulo. Leite pasteurizado ou esterilizado e produtos lácteos também foram liberados.

A Indústria Frimeza, de Medianeira, no oeste do Paraná, já não precisará suspender o abate de suínos hoje (26), como havia previsto. Os caminhões que abasteceriam os Estados do sudeste e centro-oeste foram liberados nas barreiras e o abate de 1,7 mil animais por dia está garantido. O problema continua no recebimento de leite, que foi reduzido em 23% desde sexta-feira, passando a 650 mil litros por dia. Um dos mercados para os produtos lácteos está em Santa Catarina, que continua com proibição total.

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