Requião autoriza sacrifício de animais com aftosa

Londrina – O governo do Paraná deu início hoje (24) aos preparativos para sacrificar os 6.412 animais que, segundo o Ministério da Fazenda, estão com febre aftosa. O governador Roberto Requião, que não reconhece a existência da doença no Estado – assim como as autoridades sanitárias do Estado, os proprietários dos animais e todo o setor produtivo de carne -, liberou na noite de quinta-feira os recursos necessários para a operação de sacrifício, que irá consumir R$ 780 mil reais.

A liberação dos recursos foi feita um dia depois que os proprietários das fazendas apontadas como focos da doença decidiram, em reunião realizada em Maringá, não recorrer à Justiça para impedir o sacrifício. Há sete focos da doença no Estado, segundo o Ministério da Agricultura.

O primeiro onde a doença foi apontada é a Fazenda Cachoeira, em são Sebastião da Amoreira. O proprietário, André Carioba Filho, obteve da Justiça liminar obrigando o governo a liberar, antes do sacrifício do seu rebanho, metade do R$ 1,28 milhão pelo qual foi avaliado. A limiar foi concedida pela 3ª Vara da Justiça Federal de Londrina e confirmada pela 4ª. Turma do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre.

Carioba informou que vai retirar a ação. A Fazenda Cachoeira, de acordo com o diretor-geral da Secretaria de Agricultura, Newton Pohl Ribas, deverá ser a primeira a ter o rebanho – formado por 1.795 animais – sacrificado, pois o processo em relação a essa propriedade está mais adiantado que nas demais.

O sacrifício será por meio de injeção. O início da operação nas demais propriedades depende da aquisição de material e contratação do maquinário, que começou a ser providenciado hoje pela divisão de compras da Secretaria de Agricultura, e da avaliação do rebanho.

A composição da Comissão de Avaliação, Taxação e Sacrifício estava prevista para ser formalizada hoje. Os proprietários, segundo nota distribuída pela Sociedade Rural do Paraná, decidiram liberar o sacrifício do rebanho para "efetivamente restabelecer as atividades da produção de pecuária de corte e dos demais setores que igualmente ficaram paralisados em nosso Estado".

A suspeita da aftosa foi anunciada há mais de quatro meses. Tanto o governo do Paraná como o Ministério da Agricultura concordaram com a exigência de submeter o gado abatido a uma necropsia por amostragem, para permitir, caso a aftosa não seja realmente confirmada, que os pecuaristas requeiram indenização.

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