Requião alerta contra o risco do Paraná se tornar monoprodutor

Ao abrir a Festa do Plantio, nesta sexta-feira em Maringá, o governador Roberto Requião ressaltou que, apesar dos bons resultados do agronegócio, o Paraná “corre o risco de se tornar Estado monoprodutor”. “O ciclo da soja pode ter um fim tão terrível quanto o ciclo da erva mate”, avaliou, ao salientar que programas como o Irrigação Noturna e o Fundo de Aval têm o objetivo de incentivar a diversificação de culturas, além de reduzir as perdas com estiagem. O primeiro reduz o preço da energia elétrica utilizada na irrigação durante o período das 21h às 6h para 12% do preço da tarifa urbana. O Fundo de Aval é a garantia do Estado para aqueles produtores que não têm o título da propriedade ? como os arrendatários ? obterem financiamentos.

A diversificação de culturas foi apontada pelo governador como o seguro contra as variações do mercado internacional. “Os americanos estão no pico da produção, o que pode abaixar o preço da saca de soja para menos de US$ 5. Isto bate duro em países como o nosso que, ao contrário dos EUA, não têm seguro agrícola para o produtor”, explicou.

Requião lembrou ainda que o governo americano garante este valor por saca, como preço mínimo “no município em que é produzido e não no porto ou no grande armazém”. “Estamos ameaçados por uma monocultura caolha, que não enxerga ao médio prazo e que reage pressionada pelos interesses dos grandes negócios”, avaliou. Dados da Secretaria da Agricultura indicam aumento na área de plantio da soja, que chegará na próxima safra a 4,09 milhões de hectares.

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