Relatório da CPI da Terra pede indiciamento de líderes do MST

Brasília ? O nome de cinco coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está entre os pedidos de indiciamento do relatório aprovado hoje (29) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra. O texto, do deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), obteve 12 votos favoráveis e um contrário, e foi aprovado no lugar do documento do relator, deputado João Alfredo (Psol-CE), rejeitado por 13 votos a 8.

Além dos líderes do MST ? João Pedro Stédile, João Paulo Rodrigues, José Rainha, Jaime Amorim e Gilmar Mauro ?, o texto pede o indiciamento de dois diretores da Associação Nacional de Coooperativas Agrícolas (Anca) e um diretor da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab). E retira o pedido, que havia sido feito pelo relator, de indiciamento do presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Garcia.

O relatório pede também que o Tribunal de Contas da União (TCU) suspenda o repasse de recursos para Anca, Concrab e Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra) ? organizações que se apresentam como entidades parceiras dos sem-terra.

No texto aprovado, Abelardo Lupion sugere a aprovação de um projeto de lei que transforma em crime hediondo o saque ou invasão de propriedade privada. Também pede o enquadramento de ocupação de terra como ato terrorista.

"Não podíamos fazer acordo ou negociar os nossos princípios", justificou o deputado. Ele disse que o relatório de João Alfredo ameaçava o direito de propriedade da terra e classificou como "covardia" a saída do relator da sessão. Alfredo afirmava que a causa dos conflitos no campo é a falta de reforma agrária.

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