Relatório alerta para perigo que corre não-fumante exposto à fumaça do cigarro

Uma pessoa não fumante exposta à fumaça de cigarro corre praticamente o mesmo risco de ter câncer no pulmão. A afirmação é da coordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (INCA), Tânia Cavalcante.

Nesta segunda-feira, Dia Nacional de Combate ao Fumo, o INCA está realizando uma ampla campanha de conscientização nas ruas, bares e restaurantes, sobre os riscos do fumo à saúde e sobre a necessidade do cumprimento da lei número 9.294/96 que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas charutos, cachimbos em locais fechados, públicos ou privados, exceto em áreas de uso exclusivo para fumantes, desde que devidamente isoladas e arejadas adequadamente.

Segundo Tânia Cavalcante, a fumaça que polui o ambiente tem aproximadamente 15 vezes mais nicotina, 21 vezes mais monóxido de carbono; e de 10 a 50 vezes mais substâncias cancerígenas, o que mostra que as áreas reservadas pelos estabelecimentos para fumantes e não fumantes não protegem as pessoas dos males causados pelo fumo.

"Pessoas que fumam de um a seis cigarros por dia correm um risco de seis vezes maior de ter câncer de pulmão, e uma pessoa que se expõe passivamente à fumaça corresponde a alguém que fuma 4 a 10 cigarros por dia, e corre um risco desnecessário de ter um câncer no pulmão", alertou a coordenadora do Instituto.

Pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, dos Estados Unidos, realizada entre 2002 e 2003, revelou que os bares e restaurantes do Rio têm o segundo maior índice de poluição provocada pela fumaça de cigarro em toda América Latina; só perdem para os de Buenos Aires, na Argentina. Apesar dessa colocação os dados revelam que apenas 17,5% dos cariocas fumam, enquanto em Buenos Aires, 39,8% da população são fumantes.

Os pesquisadores instalaram 633 medidores em escolas, hospitais, aeroportos, prédios do governo e restaurantes para estimar a concentração de nicotina em recintos fechados em seis cidades da América do Sul. Além do Rio e de Buenos Aires, os pesquisadores foram a Montevidéu, no Uruguai; Santiago, no Chile; São José, na Costa Rica, e Assunção, no Paraguai.

De acordo com a coordenadora do INCA, apesar de existir uma legislação que proíbe o fumo em ambientes fechados e do artigo 1567 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT, que atribui à empresa a responsabilidade de evitar que seus empregados fiquem expostos aos riscos ocupacionais causados pelo fumo, muitos estabelecimentos desrespeitam a lei, trazendo riscos à saúde dos clientes e funcionários.

Voltar ao topo