Reforma política em meio a crise pode gerar casuísmos, diz senador Maciel

O senador Marco Maciel (PFL-PE) disse, nesta segunda-feira, que a aprovação de uma reforma política em meio à atual crise pode ser marcada por casuísmos. Segundo ele, a reforma política é uma proposta complexa que não pode "ser feita no calor dos fatos".

"Em um momento de uma grave crise, como o atual, a reforma pode ser marcado pelo casuísmo", disse, após participar nesta manhã do seminário "Globalizando a Democracia & Democratizando a Globalização", organizado pelo Capítulo Brasileiro do Clube de Roma.

"Uma verdadeira reforma política pressupõe rediscutir questões como sistema de governo. Isso exige tranqüilidade", afirmou. A reforma política é, para o senador, a "mãe de todas as reformas" e já deveria ter sido feita no Brasil. Em 1995, logo após a eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo vice era Maciel, houve uma tentativa de discutir a reformas mas a turbulência financeira decorrente da Crise do México paralisou a iniciativa.

"No Brasil, o voto é fulanizado. O eleitor não se vincula a uma proposta, mas a um candidato", afirmou Maciel, ponderando que isso "não é bom para o País" à medida que fragiliza o sistema político partidário. Nesse sentido, ele disse que uma reforma deve incluir mudanças também no sistema eleitoral.

Cauteloso sobre a crise política, o senador discordou de lideranças de seu partido, o PFL, ao afirmar que não "há caracterização de condições" que permitam a discussão do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Maciel evitou comentar as conseqüências eleitorais em 2006 da atual crise.

Citou um ex-jogador de futebol do Santa Cruz (PE), o Ananias, que só fazia prognósticos sobre o resultado do jogo ao final da partida. Diante da insistência dos jornalistas, admitiu que a crise afeta em muito a imagem do PT.

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