Promotor nega envolvimento de mais seis árbitros na manipulação de resultados

São Paulo (AE) – O promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, que trabalha no Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), negou nesta terça-feira que mais seis árbitros estariam sendo investigados no inquérito que apura o esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro, como chegou a ser noticiado em São Paulo.

De acordo com o promotor, os árbitros Paulo César Oliveira e Sálvio Fagundes Spinola Filho; os auxiliares Válter José dos Reis e Ana Paula de Oliveira e os ex-árbitros Emídio Marques Mesquita e Arthur Alves Junior deverão ser ouvidos a partir da semana que vem, mas apenas na condição de testemunhas.

"Não existe nada dessa história de que eles estariam sendo investigados", garantiu o promotor. "Vamos ouví-los porque foram citados por Danelon (árbitro Paulo José Danelon, acusado de integrar a chamada Máfia do Apito) em seu depoimento na Polícia Federal", esclareceu.

Em geral, esses árbitros foram citados por que participaram de cursos ou palestras organizados por Danelon, então presidente da Associação de Árbitros de Piracicaba.

Carneiro informou ainda marcou para a próxima segunda-feira às 14 horas, o depoimento do ex-árbitro João Paulo Araújo, que declarou ter sido assediado por pessoas ligadas ao esquema de fraude. Além de João Paulo Araújo, ele espera ouvir na semana que vem o advogado Daniel Gimenes, que seria uma das peças importantes do esquema.

O advogado é investigado e poderá responder a processo por quatro crimes: formação de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e crime contra a economia popular, mesmas acusações que respondem os empresários Vanderlei Pololi e Nagib Fayad e os árbitros Paulo José Danelon e Edilson Pereira de Carvalho.

O procurador justificou a libertação de Pololi, na madrugada de segunda-feira depois de 10 dias de prisão. "Ele foi colocado em liberdade porque seu período de prisão temporaria atingiu plenamente os objetivos. Estamos seguros que ele é um membro forte da organização. Ele transitava entre diversas pessoas no futebol", revelou.

José Reinaldo Guimarães Carneiro evitou comentar a intenção do Ministério Público Federal (MPF) de investigar as razões pelas quais o presidente do STJD, Luiz Zveiter, teria decidido anular as 11 partidas do Campeonato Brasileiro apitadas por Edílson. "Eu me abstenho de comentar essa questão. Simplesmente porque eu não entendi porque o Ministério Público estaria fazendo isso", disse.

PAULO CÉSAR OLIVEIRA – A informação divulgada por um jornal paulistano de que seria convocado a depor na condição de investigado provocou irritação no árbitro Paulo César Oliveira. "Isso me deixou muito magoado. Afinal, foi uma exposição enorme na capa de jornal", disse ele.

"Apesar disso quero deixar claro que estou à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento", acrescentou.

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