Projeto da Vale pode reverter problemas resultantes da produção de gusa

O Ministério do Meio Ambiente considera positivo o projeto da Companhia Vale do Rio Doce de recuperação ambiental de áreas degradadas e de reflorestamento da Amazônia, segundo informou o secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco. Para ele, a iniciativa poderá reverter um problema "gravíssimo" que é a produção de gusa, um derivado do minério de ferro fundamental para a produção do aço.

Capobianco conta que várias empresas guseiras que produzem a partir do minério de ferro extraído de Carajás instalaram-se em áreas da Amazônia gerando grave impacto ambiental "porque a capacidade de suporte de carvão vegetal legal na região é muito menor do que o consumo".

Ele lembrou que a fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no ano passado foi intensa, autuando as empresas "de forma severa, com valores muito altos".

Capobianco disse que a continuidade de atuação dessas empresas está condicionada à comprovação da origem do carvão. "Esse é o cenário de impacto industrial, intenso, grande, atuando sem base sustentável do ponto de vista de origem do produto. Nesse sentido, a Vale junto com outras empresas propôs uma ação que, do nosso ponto de vista, é extremamente positiva", afirmou o secretário.

Segundo Capobianco, a Vale fez um levantamento com imagens de satélite de vários municípios da região norte, de Marabá a São Luís, e identificou vastas áreas desmatadas e improdutivas, inclusive as denominadas de "preservação permanente" como margens de rios, topos de morros e áreas de produção de nascente. Ele disse que a proposta da Vale é recuperar a vegetação nativa nessas áreas e, em outras que tenham vocação, plantar eucalipto para produzir o carvão que será utilizado pelas guseiras.

"Com isso, nós teríamos a manutenção de uma atividade econômica importante, que interessa ao país, que agrega valor ao minério de ferro. Teríamos a oferta de carvão produzido a partir de eucalipto, que é o melhor, mais adequado, que economiza inclusive matéria-prima. Melhora a qualidade da gusa e, ao mesmo tempo, recupera as áreas degradadas com vegetação nativa, fundamental para a manutenção das condições ambientais daquela região que foi muito degradada e impactada no passado recente", disse Capobianco.

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