Presa secretária que participava do golpe dos precatórios em Curitiba

Mais uma pessoa foi presa, acusada de envolvimento com a quadrilha que aplicava golpes para receber precatórios, em Curitiba. Dirce dos Santos Ferreira, 58 anos, se apresentou, na tarde de terça-feira (18), no Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), onde foi autuada por estelionato e teve seu mandado de prisão temporária cumprido. De acordo com o delegado Sérgio Sirino, coordenador do Nurce, o grupo já teria lucrado cerca de R$ 100 milhões com pelo menos 60 golpes.

Segundo Sirino, Dirce seria a responsável por ameaçar algumas vítimas que percebiam que estavam sendo lesadas. Suspeita-se que ela trabalhava como secretária do advogado Carlos Alberto Pereira, acusado de chefiar a quadrilha e que ainda está foragido. Dirce foi encaminhada para o 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria) onde ficará presa. O distrito é o único da capital com carceragem feminina.

Além disso, Sirino informou que a Justiça prorrogou os mandados de prisão temporária de Olorbi dos Santos Pinheiro, Joana Anelise Ludewig, Messias Alves de Assis e José da Silva, que foram presos no último dia 11. Eles são acusados de participar dos golpes com o advogado Carlos Alberto Pereira e devem ficar presos até esta quinta-feira (20), conforme informou o delegado.

Novas vítimas

Segundo Sirino, depois da divulgação das prisões, novas vítimas da quadrilha procuram a polícia todos os dias. ?Nós ainda não contabilizamos todos que apareceram após a divulgação do caso, mas são muitos?, disse. Quem foi lesado pela quadrilha pode entrar em contato com o Nurce, pelo telefone (41) 3324-8979.

Máfia

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) prendeu, na terça-feira (11), quatro pessoas acusadas de integrarem a quadrilha especializada em aplicar golpes para receber ilegalmente o pagamento de precatórios do governo estadual. O advogado Carlos Alberto Pereira, 56 anos, acusado pela polícia de ser o chefe da quadrilha, ainda está foragido. A operação batizada como ?Máfia dos Precatórios? foi realizada em Curitiba com a participação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Polícia Federal. Olorbi dos Santos Pinheiro, Joana Anelise Ludewig, Messias Alves de Assis e José da Silva foram presos acusados de formação de quadrilha, estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica e coação no curso do processo. O advogado acusado de chefiar o esquema já teve sua licença cassada preventivamente pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR).

A polícia contou que os golpes eram aplicados de várias maneiras. Em uma delas, Pereira, de posse de procurações, recebia o dinheiro dos precatórios em nome de outras pessoas, mas nunca entregava o dinheiro para seus clientes. Em outros casos, a quadrilha fraudava documentos passando o direito de receber os precatórios para a empresa Sitserve, registrada no nome do advogado.

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