Preparo é tudo

A imprensa inglesa está caída de paixão por Luiz Felipe Scolari. O técnico campeão do mundo pela seleção brasileira na Copa de 2002 e treinador de Portugal nos últimos cinco anos foi apresentado na terça-feira na equipe do Chelsea, de Londres, e concedeu uma concorrida entrevista coletiva. O destaque, e foi o que fez os ingleses ?babarem?, foi o inglês de Felipão, com surpreendente fluência e até alguns termos de seu peculiar vocabulário traduzidos para o idioma de Shakespeare.

O fato seria corriqueiro caso acontecesse com outra pessoa? Talvez sim, talvez não. Hoje, estar preparado para qualquer circunstância é tudo. Foram citados neste espaço, na terça, os jovens administradores de um banco multinacional que foram recrutados para fazerem carreira ?itinerante?, trabalhando no máximo três anos em cada país os mais estranhos possíveis.

Levou vantagem nesta disputa, que qualificou cerca de duzentos jovens, quem falava mais de três idiomas, quem tinha melhor currículo escolar, quem vinha de melhores experiências de trabalho e quem, acima de tudo, tinha a facilidade de adaptação em situações inusitadas. Para o banco, interessa ter na equipe alguém que saiba trabalhar em São Paulo, em Nairóbi, em Tóquio ou em Montreal. É preciso estar preparado para qualquer eventualidade.

Este aprendizado não é conseguido nas escolas de administração, ou de direito, ou de medicina. É sim obtido no dia-a-dia, em situações que exigem destreza e maleabilidade no contato interpessoal. Você pode ser o melhor aluno da turma, ou o mais inteligente, mas é necessário transparecer isto e fazer com que suas virtudes sejam aproveitadas para a melhora geral. Administrar não é demonstrar que é o melhor, e sim fazer com que as qualidades dos administrados sejam ressaltadas.

E quando a situação é pessoal, há que se ter jogo de cintura para não perder o rumo. Coisas simples, como falar o idioma local mesmo sendo de outra nacionalidade. Felipão deu o exemplo.

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