Posição do Uruguai provoca alerta no Mercosul

A tensão diplomática provocada pela decisão do Uruguai de negociar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, o que implicaria sua saída do Mercosul, acendeu as luzes de alerta no bloco regional, as quais vão requerer muita habilidade diplomática e soluções para equilibrar as diferenças entre os dois sócios maiores (Argentina e Brasil) e os dois menores (Paraguai e Uruguai). Desde o início do Mercosul que os sócios reclamam um do outro, com ênfase nas reclamações contra o Brasil, por ser a maior economia do bloco. A polêmica sobre se o governo de Tabaré Vazquez se encontra em negociações com os Estados Unidos reforçou as queixas sobre desigualdade no tratamento, condições e normas do Mercosul.

Para o secretário da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul, Carlos Chacho Álvarez, o momento é oportuno para "revisar algumas coisas" no processo de integração. O diretor do Instituto de Comércio Internacional da Fundação BankBoston, Félix Peña, lembra que o desejo do Uruguai de fechar um tratado de livre comércio com os Estados Unidos também é manifestado freqüentemente pelo Paraguai, e já o foi pela Argentina, num passado não muito distante, durante o governo de Carlos Menem (de 1989 à 1999).

De todos os problemas da agenda do bloco, o que Peña considera mais importante ser solucionado rapidamente é definir as regras do setor automotivo. "Devido à sua importância no comércio regional, o fato que as regras do jogo que regem o setor automotivo possam ter um caráter predominantemente bilateral, não carece de implicância prática ou política" afirma alertando, no entanto, que "se sabe que a precariedade das regras de jogo nas relações econômicas internacionais costumam favorecer investimentos na economia de maior dimensão, neste caso, o Brasil"

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