Ensinar ou não Filosofia na escola – essa é uma discussão antiga!
Ela se extende desde o final da década de 1970, precisamente em meados de 1976, primeiramente com a intenção de romper com as marcas limitadoras da capacidade de pensar dos estudantes brasileiros, deixadas pela ditadura e, a outra, de que o ensino dessa disciplina seria específico para alunos do Ensino Médio (o Segundo Grau, o Propedêutico, assim identificado na época).
No entanto, a descentralização pedagógica proposta pela Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB), Lei n.º 9394 de dezembro de 1996, permitiu que a disciplina de Filosofia fosse inserida no currículo escolar, em todos os níveis de ensino da Educação Básica – Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, como uma possibilidade de fazer do espaço sala de aula um lugar onde estudantes e professores discutissem as transformações necessárias no Mundo que os cerca. Apesar da nova concepção curricular, a Filosofia no Ensino Fundamental se apresenta ainda distante de todas as discussões que norteiam os novos fazeres da educação em tal nível de ensino. Isso ocorre porque são poucas as escolas, sejam elas públicas ou privadas, que inauguraram a discussão de temáticas filosóficas no espaço escolar pensando em um projeto ideal capaz de provocar mudanças no cenário educacional. São necessárias reflexões que possam, de fato, promover a prática social, superar o dualismo entre teoria e prática, além de efetivar a formação humanística, com o intuito de acompanhar e entender o desenvolvimento da ciência e os problemas fundamentais gerados por esse desenvolvimento que são determinantes na redefinição dos modos de viver no Planeta Terra.
Assim, acreditamos que o conhecimento filosófico deverá ser trazido para dentro do espaço escolar como uma possibilidade a mais para o desenvolvimento do pensar investigativo, isto é, reflexivo e crítico. A prática do pensar lançando mão da investigação adquire força quando busca a verdade e se transforma em possibilidade de convivência humana e igualdade social.
Inserir a Filosofia na vida dos estudantes significa promover o pensar crítico acerca de alguns aspectos da vida em sociedade, ou seja, que a criança e o jovem aprendam a pensar o mundo em que habitam sob diferentes pontos de vista, que sejam estimulados a questionar, duvidar, refletir, descobrir… Enfim, é preciso que os estudantes aprendam a se posicionar ante a realidade, que saibam comunicar suas idéias, vontades, opiniões e pensamentos de forma coerente, assim como, de forma clara e objetiva argumentem e traduzam e seus pensamentos fazendo uso de referenciais diversos, práticos e teóricos.