Zequinha Sarney diz que se referia a rival em gravação

O deputado Zequinha Sarney (PV-MA) explicou ontem o teor da conversa gravada pela Polícia Federal (PF) em que tratava com o irmão, o empresário Fernando Sarney, de um “negócio quente” no valor de “900 mil reais”. Zequinha informou que, no diálogo, os dois se referiam a uma investigação sobre desvios na gestão do ex-governador do Maranhão José Reinaldo (PSB), ex-aliado e hoje arqui-inimigo dos Sarney. Segundo ele, o governo de José Reinaldo havia feito um repasse irregular de recursos à prefeitura de Caxias (MA) e ele estava conversando com Fernando sobre a necessidade de denunciar o desvio nos veículos de comunicação da família.

Em nota, Zequinha afirmou que possuía em seu poder documentos indicando que o dinheiro do convênio firmado com a prefeitura foi parar em contas controladas por Aderson Lago, ex-deputado estadual e ex-secretário de governo do primo Jackson Lago, cujo mandato foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em abril deste ano.

“Também esclareço a meu irmão (Fernando) que não importa o valor do desvio de recursos, pois o que interessa é que deveríamos denunciar o ilícito, como afinal foi denunciado em reportagem feita dias após o diálogo”, escreveu Zequinha. O deputado afirmou que, quando usou o termo “negócio quente”, queria dizer que a denúncia era real e com provas.

Aderson Lago afirmou que a denúncia sobre a qual os irmãos Sarney se referiam foi montada. “Essa denúncia, que realmente foi publicada nos jornais da família, foi produzida por pessoas que os Sarney pagaram para forjar os documentos”, disse. O ex-governador José Reinaldo afirmou desconhecer irregularidades no repasse à prefeitura de Caxias. “Desconheço o fato, não participei de nada disso. E podem investigar o quanto quiserem.”