Nunca esqueci a pergunta que me fez aquele guia alemão que nos conduzia em um passeio por Berlim. Não lembro como veio à conversa o problema do uso de amianto, e ele nos indagou aos vários brasileiros que acompanhava: “Vocês usam amianto no Brasil?”.
A indagação nos surpreendeu, pois ignorávamos os males que o amianto pode causar à saúde das pessoas.
Leio agora, uma notícia, procedente de Paris, informando que o efeito amianto é um pesadelo para as seguradoras.
Segundo informação revelada por um estudo produzido pelo grupo Bourse Oddo Pinatton, os custos do amianto para as grandes seguradoras em todo o mundo pode chegar a um total astronômico de 200 bilhões de dólares.
O problema não é novo, mas segundo o estudo mais recente os levantamentos anteriores subavaliaram a questão. Agora sabe-se, oficialmente, que nos Estados Unidos as indenizações pagas desde 1990 estão próximas dos 35 bilhões de dólares e sofrem aumento de ano para ano.
E segundo o estudo produzido pelo mesmo grupo, o risco amianto, que até agora era quase essencialmente americano, deverá atingir a Europa já nos próximos anos. As mais recentes decisões judiciais européias, notadamente na França e na Inglaterra, vão contribuir para aumentar as faturas das empresas seguradoras, interferindo inclusive na cotação de suas ações na bolsa de valores.
Só em 2001 mais de 5 mil pessoas morreram de doenças ligadas ao amianto. Em 2010 as vítimas tendem a alcançar 10 mil. Só nos EUA, o amianto já matou 200 mil pessoas.
E nós, vamos continuar usando o amianto?