Unger defende discussão sobre relações trabalhistas

O ministro extraordinário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, defendeu nesta terça-feira, em audiência na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que o Congresso se engaje na discussão sobre as relações trabalhistas no País e lamentou o fato de metade da população economicamente ativa (PEA) no Brasil estar no mercado informal.

"São pessoas sem carteira de trabalho assinada, que vivem nas sombras da ilegalidade", afirmou. "É uma calamidade nacional, não apenas do ponto de vista econômico, mas também social e moral", prosseguiu.

Durante pouco mais de duas horas, o ministro falou sobre o objetivo do governo de trabalhar e aprofundar a discussão com as organizações de trabalhadores, "não só na cúpula, mas também na base".

As diretrizes para essa reconstrução das relações entre capital e trabalho no Brasil, explicou Mangabeira Unger, seriam: resgate da população economicamente ativa (PEA); reversão da queda da participação dos salários na renda nacional e revisão do regime sindical brasileiro.

Segundo o ministro, para tal, é preciso um conjunto de ações, além da construção de políticas industriais e agrícolas que revitalizem os pequenos empreendimentos industriais e agrícolas. "Eu insisto em uma visão de conjunto e não um amontoado de propostas desconexas", afirmou ele.

Por várias vezes, na audiência que reuniu apenas seis senadores, o ministro insistiu que a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fazer "um grande debate nacional".

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