A Petrobras e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) vêm usando a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para driblar licitações, a partir de um mecanismo milionário, mostra reportagem publicada na edição de ontem da Gazeta do Povo. A universidade fecha convênios de forma direta para prestar serviços e fazer análises técnicas para esses órgãos, sobretudo em obras do PAC. Enquanto um núcleo restrito de professores recebe bolsas em dinheiro, mais da metade da verba dos projetos vai para as mãos de empresas e profissionais subcontratados em um processo pouco transparente. E não é pouco: 24 acordos analisados pela reportagem movimentaram R$ 74 milhões, em sete anos.
Os convênios com o Dnit passam dos R$ 58,8 milhões. São operacionalizados por um único núcleo: o Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura, vinculado ao Departamento de Transportes da UFPR. A maioria dos serviços diz respeito a obras realizadas em estados distantes como Mato Grosso do Sul, Bahia, Tocantins e Amazonas onde a UFPR nem sequer tem estrutura.
A Fundação de Apoio da UFPR (Funpar), responsável pela execução financeira da maioria dos convênios, diz que as subcontratações foram determinadas pelos respectivos planos de trabalho, aprovados pela universidade.