Proposta

Tucanos convidarão PMDB para participar do governo

O convite do PSDB para que o PMDB participe do governo de Beto Richa (PSDB) será formalizado na próxima segunda-feira, 6, pelo presidente do diretório estadual tucano, Valdir Rossoni.

O dirigente do PSDB irá fazer a proposta diretamente ao presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi. “Vou colocar o desejo que temos de ter o PMDB no governo. Será uma conversa de presidente de partido para presidente de partido”, disse Rossoni.

O tucano afirmou que a expectativa é que o PMDB aceite a proposta de forma unitária. Mas se houver a adesão parcial, o PSDB não vê problemas na posição já que apenas uma parcela de peemedebistas apoiou a candidatura de Beto Richa ao governo do Estado na campanha eleitoral deste ano. “Nós queremos todos”, frisou Rossoni.

A proposta para ocupar uma secretaria no governo e a composição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa não estão vinculadas, afirmou o presidente do diretório tucano, candidato único à presidência da Casa.

“São coisas separadas”, definiu Rossoni, observando que a composição com o PMDB para a eleição é um processo que ainda não está definido e que tem obstáculos.

O PMDB exige indicar o candidato a 1º secretário, a segunda função mais importante da Mesa, mas o DEM resiste a ceder a vaga. “A solução para a Mesa está difícil porque o DEM não abre mão”, confirmou Rossoni, que já ofereceu a 2ª vice-presidência para o PMDB.

No encerramento do Programa do Empreendedor Rural, ontem pela manhã, o governador eleito desconversou sobre o convite ao PMDB. Disse que ainda não há nada de concreto em relação à participação do PMDB no governo, mas definiu como “boa” a relação entre os dois partidos.

“Temos boa relação, mesmo no período eleitoral, quando tive apoio de importantes lideranças do PMDB, porque minha origem é desse partido. Facilita o diálogo e todos conhecem nossas boas intenções no governo do Estado”, disse.

Sobre a indicação do deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB) para ser o representante do PMDB no governo, Beto também foi evasivo, mas elogiou o peemedebista com quem se reuniu anteontem, conforme apurou O Estado.

“Não posso falar baseado em suposições, não tem nada de concreto, mas reconheço as qualidades do Romanelli, deputado atuante, combativo, articulado, inteligente, dos mais competentes da Assembleia Legislativa, mas não tem nada. É um período rico de boatos”, declarou o governador eleito. Romanelli foi um dos deputados que o apoiaram na campanha eleitoral deste ano, junto com Alexandre Curi e Reinhold Stephanes Junior.

PMDB não abdica da 1.ª Secretaria

O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que a decisão sobre a entrada do PMDB no governo tucano será coletiva. “Não pode ser a decisão de um deputado, de um presidente de partido, de um líder. Tem que ser discutida com todo o partido”, afirmou Pugliesi, encarregado pela bancada de comunicar a Rossoni que o PMDB não abdica de indicar o 1.º secretário na chapa encabeçada pelo tucano na eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Para Pugliesi, esse é um ponto importante da conversa com os tucanos. “Nós queremos estar na Mesa para cumprir um plano de trabalho para fortalecer o Legislativo, ajudar no processo de melhora da imagem da Casa. Não é uma simples ocupação de cargos”, comentou o presidente estadual do PMDB.

O mesmo raciocínio se aplica à uma eventual participação no governo do PSDB, comparou Pugliesi. Para o presidente do partido, esta é uma discussão que envolve compromissos e projetos de governo.

“Alguns de nós passaram a vida falando que não se pode vender a Copel, que não se faz isso ou aquilo com a Sanepar. Na hora de tomar uma decisão dessas, é evidente que esses temas vêm à tona”, observou o dirigente peemedebista.

E o futuro do PMDB, enquanto partido que coma,ndou o governo do estado durante oito anos, como será ao passar à condição de aliado do PSDB, questionou Pugliesi.

“O que eu estou querendo dizer é que uma decisão dessa natureza tem implicações variadas. O que vai acontecer conosco daqui a quatro anos? Temos que analisar tudo isso”, comentou Pugliesi, apontado como um dos quatro deputados estaduais do PMDB, que não assimila a simples adesão do partido ao governo tucano.

Até agora, também, os peemedebistas ainda não avaliaram como irá reagir o senador eleito Roberto Requião a essa possibilidade de rumo do partido. Requião não detém mais o controle do diretório, mas ainda influencia o partido. Até agora, também não se pronunciou o governador Orlando Pessuti. (EC)

PP ainda espera

A indicação do PMDB para compor o primeiro escalão do governo Beto Richa, pode desagradar alguns dos aliados do tucano na eleição de outubro que, até agora, ainda não foram contemplados com indicação para o secretariado.

O presidente estadual do PP, Ricardo Barros, sem polemizar, disse que ainda não foi procurado por Beto para tratar do espaço que seu partido ocupará. “Estamos aguardando o governador fazer uma proposta de participação para o partido avaliar. O partido tem muitos bons quadros e o Beto já conhece nossas lideranças, pois esteve com eles na campanha”, disse o deputado federal, cotado para a Secretaria de Indústria e Comércio.

“Espero que haja essa participação do partido, porque as pessoas de fato participaram da campanha. Vamos aguardar dentro da composição que ele precisa fazer de nomes, de regiões e de partidos, que não é uma composição simples”. (RP)