Tucanos abrem temporada de convenções no Paraná

Começa amanhã a temporada oficial das convenções partidárias destinadas à escolha dos candidatos a presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, senador e suplentes, deputado federal, estadual ou distrital.

De acordo com o prazo estabelecido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até o dia 30 os partidos podem definir suas candidaturas e as alianças que farão para as eleições de 6 de outubro.

No Paraná, o PSDB será o primeiro partido a realizar convenção. Na próxima quinta-feira (dia 13), os tucanos se reúnem na sede do partido para formalizar a candidatura do vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. Os tucanos vão deixar a cargo da executiva estadual a decisão sobre as coligações que estão sendo negociadas com o PFL, PTB, PPB e PSL. Estes partidos vão indicar os candidatos ao Senado e a vice-governador.

No dia 15, outros dois partidos oficializam suas chapas: o PT e o PFL. No caso do PT, a disputa já se deu nas prévias do partido realizadas em março. A candidatura do deputado federal Padre Roque será apenas formalizada no próximo Sábado, no Teatro Fernanda Montenegro. Os petistas ainda estão definindo o candidato a vice-governador, que pode ser do próprio partido ou indicado pelo PC do B ou o PV. As duas vagas ao Senado também já foram definidas e serão ocupadas pelo deputado federal Flavio Arns e pelo advogado Edésio Passos.

Salvo qualquer alteração de última hora, o PFL terá uma das convenções mais movimentadas. O deputado federal Rafael Greca vai bater chapa com os defensores da aliança com o PSDB. A disputa será decidida pelos cerca de 400 convencionais do partido que irão se reunir no Restaurante Madalosso, em Curitiba. Se Greca for derrotado, o partido deve escolher entre o ex-secretário do Desenvolvimento Urbano, Lubomir Ficinski, e o deputado federal Werner Wanderer para ocupar a vaga de vice de Beto Richa. A candidatura ao Senado reivindicada pela vice-governadora Emilia Belinati esbarra ainda na resistência do PPB, que pretende ter exclusividade para lançar o deputado estadual Tony Garcia. O PPB fará sua convenção no dia 30, o último prazo estipulado pela Justiça Eleitoral.

Congestionamento

No dia 29, três partidos farão suas convenções – PMDB, PDT e PPS. No PMDB, o senador Roberto Requião terá sua candidatura ao governo referendada. Uma das vagas ao Senado é do ex-governador Paulo Pimentel. A vaga de vice está destinada a uma composição partidária, mas se os peemedebistas decidirem lançar chapa pura os nomes internamente colocados são o da ex-deputado Irondi Pugliesi e da vereadora de Londrina Elza Correa.

O PDT confirma a candidatura de Alvaro Dias ao governo e sela a aliança com o PTB, no dia 29. Uma das vagas ao Senado está reservada para o senado Osmar Dias e a outra poderá ser indicada pelos petebistas, que também terão garantido o candidato a vice-governador. O nome deve ser uma indicação pessoal de Alvaro, entre os petebistas. O mais cotado é o deputado estadual Luiz Accorsi. A princípio, a convenção dos petebistas está marcada para dois dias antes, mas poderá ser adiada para o dia 29.

O PPS, que nacionalmente integra a Frente Trabalhista em torno da candidatura a presidente de Ciro Gomes, fnão aceita compor com o PTB e o PDT no Paraná. No dia 29, o partido fará a convenção, onde está prevista a homologação da candidatura do deputado federal Rubens Bueno ao governo. O PPS é um dos partidos cobiçados para uma composição pelo grupo do deputado federal Rafael Greca, no PFL.

Outro partido que pretende lançar candidato próprio ao governo é o PSC. O ex-secretário da Fazenda, Giovani Gionédis, apresenta sua candidatura na convenção, marcada para o dia 30. O PL também se reúne neste dia. Dependendo da decisão nacional, poderá se aliar ao PT no Paraná ou, se houver a liberação para as composições regionais, o mais provável é que o partido componha com Alvaro Dias.

 

 

Crise impede festa comum

Brasília

(AG) – Pela idéia original, PMDB e PSDB fariam suas convenções nacionais em dois ginásios vizinhos, à mesma hora do sábado, numa festa comum. Mas as crises em alguns estados e o histórico belicoso dos encontros do PMDB fizeram os dois partidos abortarem a idéia e deram às duas convenções aspectos totalmente opostos. A começar pelo número de participantes. No PSDB, a expectativa é de oito mil pessoas no ginásio Nilson Nelson, enfeitado de azul e amarelo para a festa. No encontro do PMDB, programado para o discreto auditório Petrônio Portela, no Senado, só será permitida a entrada dos 492 convencionais e de credenciados.

Antes de optar pela formalidade, o comando do PMDB chegou a estudar a hipótese de alugar o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em frente ao Nilson Nelson, mas desistiu. Depois, analisou o aluguel de duas casas de festa nos arredores do Palácio da Alvorada. Mas preferiu não arriscar. Quarta-feira, o presidente do PMDB, Michel Temer, e o tesoureiro, Eunício Oliveira, escolheram um espaço restrito aos delegados. E admitem que o medo de confronto inspirou a decisão. “Não podemos permitir que a convenção sirva de palco para enfrentamento”, justifica Eunício.

A preocupação é pertinente. Em 1998, nem a porta do plenário da Câmara resistiu ao pugilato. Outra diferença está no preço. Eunício prevê um custo de R$ 80 mil. O orçamento do encontro tucano só será fechado terça-feira. Mas os tucanos já admitem que os gastos serão bem mais altos do que na pré-convenção, que custou R$ 120 mil, com a participação de pouco menos de três mil pessoas. Para a festa, além da produção de grandes cartazes com a imagem do candidato José Serra, das tradicionais bandeiras e dos balões de gás, estão sendo confeccionadas quatro mil camisetas pagas pela executiva nacional. Mais quatro mil ficaram a cargo dos diretórios regionais.

A exemplo da pré-convenção, o comando do PSDB se responsabilizará por alimentação, transporte e hospedagem dos militantes em hotéis do Distrito Federal. Os imprescindíveis fogos de artifício anunciarão a chegada de Serra, às 11h. O presidente Fernando Henrique Cardoso deverá chegar mais tarde. O encontro será 9h às 13h. Toda a produção está por conta de Bia Aydar, responsável pelos eventos de todas as campanhas do PSDB à Presidência desde 1994. Essa é outra diferença entre peemedebistas e tucanos. Originalmente, o PMDB também contrataria seus serviços. Agora, a organização ficará sob responsabilidade da secretária do partido.

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