Tucano Luiz Malucelli Neto pode ficar no Lactec

O suplente de deputado estadual Luiz Malucelli Neto (PSDB) foi convidado para assumir o cargo de diretor-superintendente do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec).

Ele vai ocupar o lugar que era de Aldair Rizzi, que saiu para concorrer a vice-prefeito de Pato Branco pelo PMDB, na chapa encabeçada por Nereu Ceni (PCdoB). Malucelli esteve com o governador Roberto Requião (PMDB) e a possibilidade de sua ida para o Lactec é confirmada por interlocutores de Requião.

Apesar de o PSDB liderar as forças de oposição ao governo no estado, a posição de Malucelli no Lactec não será um caso isolado de tucano no círculo de colaboradores e aliados de Requião.

O atual secretário do Trabalho, Nelson Garcia, foi eleito deputado estadual pelo PSDB, mas licenciou-se do mandato para entrar no governo em fevereiro de 2007. Ao mesmo tempo, inaugurou uma nova modalidade de filiação partidária ao se “licenciar” do PSDB para não deixar o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni (PSDB), em situação desconfortável, já que o dirigente havia ameaçado expulsar todos os tucanos que aderissem ao governo.

Embora negue o convite, Malucelli admitiu que conversou com o governador e mencionou o exemplo de Garcia. “Tivemos uma conversa de cafezinho. Eu tenho boas relações com todas as forças. E não é diferente com o governo. E não sou o primeiro do PSDB. O Nelson Garcia está há dois anos na Secretaria do Trabalho”, comentou.

Em bloco

E Garcia também não está sozinho como aliado peemedebista no ninho tucano. Dos seis deputados estaduais do PSDB na Assembléia Legislativa, apenas dois – Valdir Rossoni e Ademar Traiano – são adversários do governo.

Os demais – Francisco Buhrer, Luiz Nishimori, Luiz Accorsi e Luiz Fernandes Litro – votam fechados com a bancada governista. Na votação que indicou o irmão do governador, Maurício Requião, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, Rossoni e Traiano se abstiveram e os demais votaram a favor.

A proximidade entre setores do PSDB e o PMDB já foi maior e incluía até mesmo o prefeito de Curitiba, Beto Richa. Beto tinha boas relações com Requião até a direção nacional do PSDB abortar a aliança com o governador costurada pelo atual conselheiro do Tribunal de Contas Hermas Brandão, então presidente da Assembléia Legislativa e vice-presidente estadual do PSDB, que estava de vice na chapa original de Requião à reeleição. No primeiro turno, Beto ficou neutro. No segundo, assumiu o apoio ao senador Osmar Dias (PDT) e, em seguida, houve o rompimento com Requião.

Malucelli era do grupo ligado a Beto. Ex-integrante da equipe do ex-prefeito Cássio Taniguchi, Malucelli foi superintendente da Secretaria de Governo, no primeiro ano da administração de Beto. Ele saiu para disputar a eleição em 2006 para a Assembléia Legislativa.

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