Senador tucano questiona números do PAC

Coube ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) dar a largada para os debates em plenário acerca da corrida à sucessão do presidente Lula. Esta tarde, o senador cearense, um dos mais fortes opositores ao governo, lançou dúvidas sobre os números do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deve ser um dos carros-chefe da provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência.

Jereissati contestou informação do governo, divulgada no último balanço do PAC, de que foram investidos, entre 2007 e 2009, R$ 137 bilhões em financiamentos habitacionais. “Se as fontes de recursos consideradas para esse cálculo forem a Caderneta de Poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), é possível calcular que esses números estão superestimados em, pelo menos, R$ 58 bilhões”, disse o senador tucano.

Tasso Jereissati afirma que estes R$ 58 bilhões foram utilizados para aquisição de imóveis usados, e não imóveis novos. “E sendo utilizado na aquisição de imóveis já existentes, não geraram novos empregos, não geraram novos investimentos, nem geraram renda. Portanto, não constituem investimentos do PAC”.

Polarização

O senador tucano levantou este questionamento para afirmar que o PSDB não tem medo da polarização da campanha entre PT e PSDB, nem das comparações entre os oito anos de governo Lula com os oito anos de governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Pelo contrário. Nós temos plena consciência de que os oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso fizeram a grande revolução, que possibilitou que o Brasil entrasse no período de crescimento econômico que nós estamos vivendo hoje”, afirmou o senador, para ressaltar que a comparação pode ocorrer, mas não em cima de “números maquiados”.

A partir das críticas de Jereissati, senadores do governo e da oposição não perderam a chance de elogiar ou criticar a ministra. “A ministra Dilma é uma figura de silicone, ou seja, é uma figura que está sendo moldada à imagem e semelhança do presidente Lula”, criticou Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Segundo Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o presidente Lula e a ministra Dilma agem como se o Brasil tivesse sido fundado a partir de 1º de janeiro de 2003, quando Lula tomou posse. “Isto é uma vergonha, isto é uma mentira, isto é uma farsa, isto tem que ser combatido”, disse o pernambucano.

Defesa

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) saiu em defesa da pré-candidata do PT. Rebatendo crítica feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que Dilma Rousseff era apenas o reflexo de um líder, o senador petista afirmou que, no próximo dia 20, durante o Congresso Nacional do PT, Dilma será “saudada como uma líder verdadeira, não será apenas o reflexo de um líder”.

“Todos nós do PT hoje reconhecemos os méritos da ministra Dilma Rousseff, exatamente a sua capacidade de bem coordenar os diversos planos, inclusive o Programa de Aceleração do Crescimento e outros do governo do presidente Lula, que fizeram com que o presidente Lula a escolhesse para ser a sua sucessora”, disse Eduardo Suplicy.