Sanepar aprova aumento e Requião nega

O governador Roberto Requião (PMDB) vetou o reajuste de 14% nas tarifas de água e esgoto, proposto pela direção da Sanepar e aprovado em reunião do conselho de administração da empresa, realizada anteontem. Requião desautorizou a correção publicamente, ontem, no encerramento da reunião da escola de governo, no auditório do Museu Oscar Niemeyer.

No início da reunião, ainda fora do auditório, o governador criticou a decisão do conselho, durante conversa com o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, e o presidente do conselho de administração, Pedro Henrique Xavier. ?Andaram com a rédea solta?, disparou o governador, mencionando que em anos anteriores, a direção da empresa já teve seus pedidos de reajuste de tarifa negados. ?E mesmo assim, a Sanepar teve um belíssimo lucro?, disse Requião, em entrevista concedida após a reunião da escola de governo. ?O conselho andou mais rápido do que deveria?, acrescentou.

O reajuste da tarifa seria aplicado a partir de 1.º de abril, conforme a decisão do conselho de administração, que se pronunciou sobre o projeto de reajuste elaborado pela direção da empresa. De acordo com o governador, a Sanepar deve ?otimizar? o uso da rede de esgoto. Ele citou que existem áreas em que a rede instalada não é aproveitada.

Em discussão

Até nova ordem, o reajuste está suspenso. Mas o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, ainda pretende insistir sobre o assunto com o governador. ?Vou encaminhar para ele o nosso pleito. Nós conversamos rapidamente. Ele fez apenas uma observação. É claro que a decisão é dele, mas ainda não discutimos o assunto?, afirmou Jacob, observando que há uma defasagem no valor da tarifa, mas que prefere detalhar a justificativa da correção apenas ao governador, antes de se pronunciar publicamente sobre o caso.

Para o presidente do conselho de administração da empresa, Pedro Henrique Xavier, o aumento está sepultado. ?A decisão é dele. Nós, do conselho, apenas fazemos um trabalho técnico-administrativo, analisando a proposta que a diretoria nos submete?, disse Pedro Henrique.

Ele afirmou que a recomposição tarifária vem sendo requerida ao governador desde 2004. Sem o reajuste, haverá uma redução de receita e uma conseqüente adequação de projeto orçamentário, disse o presidente do conselho de administração da Sanepar. Para Pedro Henrique, a redução da lucratividade exige uma redistribuição dos recursos entre as várias áreas da empresa, sem que haja um impacto maior sobre os serviços oferecidos. ?A lucratividade será menor. É só isso. E a decisão cabe ao governador, que não é favorável a que empresa pública dê lucros. Nosso parecer é técnico. E todo o administrador quer mais recursos?, afirmou.

Sanepar tem que falar

 

Um acordo entre oposição e governo possibilitou ontem a aprovação do
requerimento do deputado Valdir Rossoni (PSDB), pedindo explicações
sobre o pagamento de indenizações a proprietários de áreas
desapropriadas para a construção da barragem Piraquara II. O líder do
governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), considerou insuficientes as
informações fornecidas anteontem pela direção da Sanepar e concordou
que precisavam ser complementadas, como pediu Rossoni.

A
oposição está questionando os valores pagos pela Sanepar, que foram
superiores aos sugeridos inicialmente na avaliação da Procuradoria
Geral do Estado. Anteontem, o Conselho de Administração da Sanepar
orientou para que a direção solicite uma perícia judicial.

 

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