Acordo

Rossoni deverá assumir a presidência da Assembleia

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, será o candidato único da base do governo tucano à presidência da Assembleia Legislativa. Rossoni informou que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Durval Amaral (DEM), concordou em abdicar da candidatura para apoiá-lo.

A escolha abrevia o processo de negociação interna, que prometia se estender até a escolha do secretariado do governador eleito Beto Richa. No início da semana, os dois tinham anunciado que não haveria disputa entre eles para permitir uma candidatura única da base aliada a Beto.

Entretanto, ontem, Rossoni anunciou que a discussão estava encerrada e que será ele o candidato da base de apoio. A reportagem procurou Amaral para comentar a decisão, mas ele não foi localizado.

“O processo se adiantou”, disse o deputado que, na próxima segunda-feira, retoma as conversas com as demais bancadas com representação em plenário. Rossoni voltará a procurar o PMDB, que tem treze deputados, a maior bancada da Casa, para buscar uma composição para preencher os nove cargos da chapa.

O tucano também disse que pretende procurar o PT e o PDT que, junto com o PMDB, formaram a aliança eleitoral que sustentou a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) na disputa ao governo.

“Nós queremos fazer uma chapa de consenso para dar equilíbrio político à Mesa Executiva. Isso também oferece as condições para fazer as mudanças. Quanto mais apoio, mais força e rapidez teremos para dar respostas à sociedade”, afirmou.

A candidatura de Rossoni não tem vetos no PMDB, assim como Durval Amaral também não tinha resistência entre os deputados do partido. Mas, em caso de uma composição, a bancada já se divide quanto ao nome que poderia representar o partido.

Entre os possíveis indicados estão os deputados Alexandre Curi e Luiz Claudio Romanelli. Curi tem uma antiga amizade com Beto, mas Romanelli tem mais proximidade com Rossoni.

Mas ainda há no PMDB uma vertente que não descartou o lançamento de uma chapa de oposição ao tucano, com apoios do PT, PDT e PV. Mas pelas movimentações da bancada, esta é uma saída a ser considerada apenas se não houver acordo com os aliados do governador eleito.

Para angariar os votos dos 54 deputados, Rossoni disse que irá apresentar um projeto de mudança na forma de administração e funcionamento da Assembleia, que termina o ano acumulando denúncias de desvio de recursos públicos e outras irregularidades que estão ainda sendo investigadas pelo Ministério Público Estadual.

“Nós vamos seguir a linha do Beto. Nós viemos para mudar”, afirmou o tucano, prometendo surpreender a população com a intensidade das mudanças que pretende fazer, se eleito.

Rossoni não adiantou pontos da sua proposta, mas afirmou que a ajuda dos demais partidos da Casa ajudaria a acelerar o processo. “Seria salutar para o momento que vive a Assembleia que todos os partidos pudessem participar desse esforço”, comentou o deputado tucano.

Será a segunda vez que o tucano concorrerá à presidência da Casa. Da primeira vez, perdeu a eleição para o atual presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), que sucedeu o deputado Anibal Curi, morto no exercício do cargo em 1999.