Sucessão

Reunião tucana discutirá candidatura ao governo

O presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, e o secretário-geral do partido, deputado federal Affonso Camargo, convocaram a Executiva tucana para discutir, em reunião no próximo dia 18, a candidatura do partido ao governo do Estado.

Para a reunião, além dos nove membros da Executiva, foram convocados todos os parlamentares do partido: deputados estaduais, federais e os dois senadores. Rossoni quer sair da reunião com um candidato definido para a disputa de outubro: ou o prefeito de Curitiba, Beto Richa, ou o senador Alvaro Dias.

“A intenção é definirmos um nome do PSDB entre os dois pré-candidatos para começar a costurar as alianças. Não há como discutirmos alianças sem termos um nome. Então vamos abrir um debate sobre a questão e definir o nome para sairmos costurando as alianças”, disse Rossoni.

O presidente do partido disse que a Executiva não está antecipando etapas e que vai considerar, também, o acordo firmado entre Beto e Alvaro no ano passado de que o candidato seria definido por uma série de pesquisas.

“Tivemos diversas pesquisas no final do ano passado que servirão de parâmetro. Mas acho que não é somente pesquisa que irá definir. Há de se ponderar a posição das lideranças do partido. Vamos abrir para um debate salutar, às claras, para termos um nome. A exemplo da situação nacional, em que a decisão do Aécio (desistiu da pré-candidatura) foi fundamental para o partido consolidar as alianças (em torno do nome de José Serra)”, comentou. “É uma decisão que temos que tomar, não adianta ficarmos postergando. Não estamos antecipando etapas. Tínhamos estipulado essa decisão para o fim de janeiro mesmo. Na hora que definirmos o candidato, ele avança ainda mais nas pesquisas”.

Rossoni disse que além das pesquisas de intenção de voto e das opiniões das lideranças, serão avaliadas questões como rejeição, possibilidade de crescimento e possibilidade de conseguir maior leque de alianças.

“Não quero fazer a minha avaliação pois todos terão oportunidade de fazer na reunião do partido”, desconversou o deputado, que não esconde preferência por Beto Richa. “Se todos sabem minha preferência, é porque tenho dificuldade de esconder o que sinto. Sempre tive posições muito claras e essa é uma delas”.

Provocador da reunião, Affonso Camargo, que convenceu Rossoni a convocar a Executiva, é mais cauteloso. “No convite que foi enviado a todos está escrito reunião para discussão sobre o candidato e não para definição. A Executiva nem tem esse poder de decisão. O que a Executiva pode levar é um nome para avaliação do Diretório a ser apresentado na convenção”, explicou.

“É o início de uma discussão, que tem de definir até fevereiro, pois estamos sofrendo uma legítima pressão dos partidos aliados que precisam de um nome para definir seus rumos”, comentou. “A pergunta que queremos resposta é qual dos dois tem mais chances de vencer. Só isso que precisamos decidir, independente das preferências de cada um”, concluiu o secretário-geral tucano.

Alvaro está de “coração aberto” para o grande projeto

Pré-candidato ao governo, o senador Alvaro Dias, que reclama não receber o mesmo tratamento dispensado a Beto Richa pela cúpula do PSDB local, disse que já recebeu a convocação e vai à reunião “de coração aberto, com o intuito de colaborar para o grande projeto do partido, que é eleger o presidente da República, mas preparado para acatar qualquer decisão”.

Alvaro também não acredita que a reunião da Executiva irá definir o nome para o pleito de outubro. “Até porque é, muito limitado. Seria uma imposição de cima para baixo. A pauta não é essa, é começar a discutir a escolha, até porque não se estabeleceu nenhum regramento de como se dará essa escolha, que terá de ser antecipada por conta da situação do Beto. Acho que será uma reunião para estabelecer um cronograma, e os critérios para a definição. Pelo menos é o que entendi ao ser convocado”.

Alvaro disse que o partido poderia aguardar até março para definir o candidato. “Isso por ser o tempo do Beto, que tem a urgência do 2 de abril (data em que precisaria renunciar), porque eu não tenho pressa”.

Ainda acreditando no acordo de que a escolha se dará por pesquisas, Alvaro não aceita os números divulgados nas pesquisas do final do ano passado como parâmetro e quer que a reunião do dia 18 defina os critérios.

“Até para evitar uma divisão desnecessária do partido, com a insatisfação de um ou de outro. Pois não definimos o critério das pesquisas, quem fará, em que período”.

Para Alvaro, nenhuma pesquisa considerou o quadro correto em caso de ele ser o candidato, pois o avalia como adversário de seu irmão Osmar Dias (PDT). “A pesquisa não pode estabelecer cenários impossíveis”.