Requião tenta anular contrato Copel/Tradener

O senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo do Paraná, anunciou ontem que entrou com uma notícia de ilegalidade e pedido de investigação junto ao Ministério Público Estadual visando anular o contrato entre a Copel e a Tradener, empresa responsável pela comercialização do excedente de energia.

O senador postula a imediata suspensão da operação programada de venda de energia em blocos para os próximos seis anos. Requião informou ainda que irá requerer à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) uma auditoria na Copel para averiguar os contratos que classifica como “milionários e irregulares” e que teriam sido firmados sem licitação com a Tradener e outras empresas.

Requião irá solicitar ao MP a convocação da Copel para que apresente todos os documentos referentes à contratação da Tradener, às operações realizadas com a participação da empresa e aos benefícios obtidos. O candidato peemedebista também pede que a auditoria seja realizada sobre todos os documentos que têm como objeto a negociação de venda de energia elétrica. Se detectadas irregularidades, o senador pede que seja requerida a suspensão do contrato.

Conforme Requião, o aviso de venda de energia elétrica, substituto do leilão que a Copel cancelou na Bolsa de Valores de São Paulo, é uma “dissimulação formal”. Para o senador, o objetivo da operação “é dar ares de legalidade e legitimidade à escandalosa obtenção de lucros astronômicos pela ´corretora´ em operação mercantil já previamente acertada, provavelmente com a Celesc, a distribuidora de Santa Catarina”.

O senador afirma que “a ação interestadual entre amigos resultará para a “corretora” do amigo do governador no singelo lucro de 28 milhões de reais”. Segundo o senador, a Tradener é controlada por um empresário do setor do transporte coletivo que financiou várias campanhas do governador Jaime Lerner (PFL).

Contestação

O senador contestou a nota oficial, divulgada na quinta-feira, dia 29, na qual a diretoria da Copel nega as denúncias de irregularidades feitas por Requião sobre o leilão de venda de energia. De acordo com Requião, a nota da diretoria omite que tramita na Justiça do Paraná uma ação popular, de autoria do professor doutor Daniel Ferreira, pedindo a nulidade do contrato firmado, “sem licitação nem motivação” , entre a Tradener e a Copel.

Requião também acusa a diretoria de esconder que outra ação popular impetrada pelo professor Guilherme Amintas suspendeu o leilão que a empresa transformou em venda direta.

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