Requião se reaproxima de Lula e reassume o governo

O governador reeleito Roberto Requião (PMDB) reassumiu ontem o governo do Estado com reaproximação engatilhada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem conversou pela manhã, em Brasília. No final da tarde, Requião recebeu o cargo do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), que exerceu interinamente o governo durante o primeiro e segundo turnos da campanha eleitoral.

No encontro em Brasília, Lula prometeu enviar ao Paraná a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para fazer um inventário das pendências do Paraná com o governo federal. Ontem, Requião definiu a conversa como um ?encontro de dois amigos?.

Conforme as informações divulgadas pelo Palácio Iguaçu, a ministra vai permanecer no estado por três dias para fazer uma análise das necessidades de investimentos federais no Paraná e definir as pendências existentes nas parcerias entre governos federal e estadual. ?Vamos acertar com a ministra Dilma uma pauta de projetos comuns e de investimentos no estado para iniciarmos juntos esta nova etapa de governo?, afirmou Requião.

Crítico da política econômica do governo federal, Requião afirmou que, no próximo mandato do presidente petista, deve haver mudanças. O governador reeleito do Paraná prevê uma linha econômica mais ?desenvolvimentista? daqui para frente no governo de Lula. O governador reeleito reclamou que vários acordos feitos por ministros com o Paraná não foram cumpridos. O governador localizou na área econômica os entraves para que as soluções fossem encaminhadas.

Sobre outro tema da conversa, a relação entre o governo e o PMDB, Requião defendeu a participação do seu partido no novo mandato de Lula. Ele disse que pretende se reunir com outros governadores do PMDB para articular o que chamou de ?fortalecimento e representatividade? da direção partidária.

No retorno

Ao reassumir o governo ontem, Requião voltou a criticar os meios de comunicação pela cobertura jornalística da campanha eleitoral. ?Foi uma campanha extremamente brutal com a participação terrível dos grandes órgãos de comunicação. Inventaram até apartamento em Paris, uma agressividade nunca vista. Nós mostramos que a mídia pode ser derrotada?, declarou.

O governador reeleito também atacou o seu adversário, o senador Osmar Dias (PDT), sobretudo pelas dúvidas levantadas pelo pedetista em relação à saúde financeira da Copel. ?O comportamento do Osmar foi terrível. Chegou a dizer que se a Copel fez um empréstimo de R$ 700 milhões, como estava bem? Foi uma troca de garantia. A Copel emitiu debêntures e os debêntures estavam pagando um valor alto e nós emprestamos os R$ 700 milhões para trocar o valor porque o empréstimo sai barato com debêntures?, afirmou.

Requião disse que a Copel anuncia hoje, 8, um lucro líquido de R$ 932 milhões, que seria o maior do país. ?E é esta a empresa que queriam pôr a mão de novo, que o Osmar agrediu na televisão, mentiu a respeito dela. O pessoal vinha para terminar o que haviam começado no governo anterior?, acusou.

Questionado sobre como se reconciliar com a parcela dos eleitores que não votaram nele, o governador disse que quer saber o que seus adversários vão fazer para conquistar os outros 50% de cidadãos paranaenses. ?Eu pergunto o que vão fazer os adversários para ultrapassar os 50%, porque nós ganhamos a eleição por 50,10%, mas com uma aprovação de 75%?, provocou. 

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