Requião promove reforma no secretariado

O governador Roberto Requião (PMDB) já começou a fazer consultas e convites para recompor seu secretariado, a partir do final do mês. O primeiro escalão será desfalcado com a saída de um grupo de pelo menos oito titulares, que tem até o dia 31 para sair do governo para disputar as eleições à Câmara Federal ou Assembléia Legislativa. Nos planos do governador, os novos auxiliares serão escolhidos dentro da própria equipe, e em maioria, serão do quadro de diretores das secretarias.

Embora o primeiro substituto anunciado tenha sido o conselheiro do Tribunal de Contas, Rafael Iatauro, que entra no lugar de Caíto Quintana na Casa Civil, Requião está evitando levar gente de fora do governo para a equipe, sob o argumento de que a menos de um ano do término do mandato, o secretário tem que estar afinado com a sua linha administrativa. E, a estas alturas, não haveria tempo para experimentações.

Na Casa Civil, por ser um espaço de articulação política, a solução pôde ser importada do TC, até porque abriu novos caminhos eleitorais para o governador. O vice-governador Orlando Pessuti está postulando a vaga de conselheiro que abre com a ida de Iatauro para o governo e, desta foram, abre-se uma espaço de composição com outros partidos na chapa de Requião.

Assim é que o governador está pensando em transferir o comando das secretarias de Planejamento e do Trabalho, Emprego e Ação Social para diretores gerais. No lugar de Reinhold Stephanes, deve assumir o diretor geral da Secretaria da Fazenda, Nestor Bueno. O atual secretário será candidato à reeleição e reassume sua cadeira de deputado federal, até a eleição.

Para a Secretaria do Trabalho, o substituto escolhido pelo governador é Emerson Nerone, assessor do Padre Roque Zimermann, que irá concorrer a deputado estadual. Nerone já teria assumido o compromisso de desistir da candidatura a deputado estadual para ficar na secretaria.

A mesma fórmula o governador tende a adotar na Secretaria do Meio Ambiente, de onde sai Luiz Eduardo Cheida para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa ou na Câmara Federal. Neste caso, Lindslei da Silva Rasca Rodrigues, o atual diretor do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), acumulará a Secretaria do Meio Ambiente.

Na Cohapar, a Companhia de Habitação do Paraná, Luiz Claudio Romanelli, pré-candidato a deputado estadual, será substituído pela diretora técnica do órgão, Rosângela Curra. Na Secretaria de Transportes, se Waldyr Pugliesi decidir voltar para a Assembléia Legislativa para se candidatar à reeleição – ele está em dúvida se o candidato será ele ou a esposa, a ex-deputada Irondi Pugliesi -, o novo secretário será o diretor do DER (Departamento Estadual de Estradas de Rodagem), Rogério Tizzot. Ele irá responder pelas duas áreas.

Mesmo quando não forem chamados para assumir suas pastas, os diretores gerais serão aproveitados em outras secretarias. É o caso de Rogério Carboni, diretor geral da Casa Civil. Ele está cotado para tomar posse no Ipen (Instituto de Pesos e Medidas). O atual diretor, Leonaldo Paranhos, é pré-candidato a deputado estadual.

Na chefia de gabinete do governador, a solução também seria doméstica. Mário Barcelar, atual assessor de Vanderlei Iensen, que retorna à Assembléia Legislativa, seria o novo chefe de gabinete do governador.

Exceção

Na Secretaria de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, cogita-se a nomeação da reitora da Universidade Estadual de Londrina, Lygia Pupatto. A reitora é filiada ao PT. Seria um dos poucos nomes de fora do PMDB a ser chamada. O atual secretário Aldair Rizzi é candidato a deputado federal pelo PMDB.

O governador teria ainda um problema a contornar. É que com a volta dos secretários à Assembléia Legislativa – Pugliesi e Quintana – os deputados Ademir Bier e Antonio Anibelli terão que deixar suas cadeiras. Para manter um dos dois em plenário, o governador poderia chamar um outro deputado estadual para compor o secretariado. Mas, por enquanto, todos os atuais integrantes da bancada são candidatos à reeleição ou à Câmara Federal.

Voltar ao topo