Requião cumpre agenda com Vanhoni em Curitiba

Depois de dar a ordem geral ao seu secretariado e demais cargos de confiança para que comecem a se mexer para deter o avanço do vice-prefeito Beto Richa (PSDB) na campanha eleitoral em Curitiba, o governador Roberto Requião vai dar o exemplo de empenho pessoal na campanha do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT).

A partir deste domingo, a agenda de Requião prevê um roteiro de visitas a bairros da cidade na companhia de Vanhoni, que deve ser estendido até o dia da eleição.

A assessoria do governador não informa os locais que serão percorridos por Requião. Mas a participação do governador nas visitas de porta em porta faz parte da nova estratégia da coordenação politica da campanha de privilegiar o trabalho corpo a corpo com o eleitor. Conforme a assessoria de Vanhoni, o trabalho “casa a casa” será feito em toda a cidade, mas com ênfase nos bairros mais periféricos, onde o governador tem índices altos de aprovação à sua administração.

Desde ontem, já estão nas ruas da cidade cerca de oitocentos cabos eleitorais que estão sendo mobilizados para a distribuição de material e também para visitas domiciliares. Uma modalidade de campanha que o tucano Beto Richa já adotou desde o início do processo eleitoral.

O contato direto com o eleitor está sendo intensificado nesta fase da campanha eleitoral, quando as avaliações internas indicam que o horário eleitoral gratuito não está sendo suficiente para garantir o primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto a Vanhoni.

Inclusão

Um dos coordenadores políticos da campanha de Vanhoni, o deputado federal Florisvaldo “Rosinha” Fier, disse ontem que está fazendo um trabalho de inclusão na campanha, visando aproximar os dirigentes de todos os partidos que compõem a aliança no trabalho de conquista dos votos. Além de PMDB e PT, integram a coligação o PTB, PC do B, PCB e PSC.

“Estamos iniciando um debate para que o maior número possível de aliados participe da campanha. Nosso trabalho é para somar e não para excluir. Vamos construir juntos nos próximos dias uma grande mobilização para levar as nossas propostas a toda a população”, disse Rosinha.

Ele fez uma referência direta aos deputados petebistas Carlos Simões e Íris Simões. “Se depender da minha vontade eles vão atuar em tempo integral na campanha do Vanhoni”, afirmou o deputado. Os irmãos Simões têm reclamado que foram excluídos das decisões da campanha e que um dos motivos seria a entrada de Rosinha na coordenação, já que o deputado petista havia se manifestado contra a coligação com o PTB.

Rosinha, porém, disse que a coordenação da campanha é coletiva e que o momento é de união. “Vamos precisar de todo mundo. No segundo turno, caso os candidatos dos outros partidos da base de sustentação do governo Lula não estejam mais na disputa, queremos estar juntos com eles também”, afirmou, já sinalizando para as articulações de segundo turno com o PPS e o PL. (Elizabete Castro)

Governador decide processar Bertoldi

Os advogados do governador Roberto Requião (PMDB) estão estudando a adoção de medidas judiciais contra o candidato do PFL à Prefeitura de Curitiba, Osmar Bertoldi. A assessoria jurídica do governador analisa a possibilidade de ajuizar uma ação por “denunciação caluniosa” contra Bertoldi, prevista no artigo 339 do Código Penal, que prevê penas de três a oito anos de reclusão.

“O candidato está passando do limite. A paciência do governo está se esgotando. Ele está se baseando em declarações falsas para acusar o governador. Ele que trate de fazer campanha e não queira angariar votos a partir de besteiras como essa”, disse o assessor especial do governador, Benedito Pires.

Os advogados de Requião devem pedir que o candidato do PFL apresente as provas, em áudio e vídeo, de que o governador fez as declarações que geraram as denúncias contra ele à Justiça. “Ele está dizendo que o governador fez essas declarações. O governador nunca fez essas declarações. Então, ele vai ter que provar”, disse Pires.

Em suas ações, o candidato do PFL atribui ao governador algumas afirmações de que somente iria implantar o programa de segurança integrada em Curitiba se o prefeito a ser eleito no dia 3 de outubro fosse o deputado estadual Angelo Vanhoni. Ontem, o PFL protocolou junto à Vara da Fazenda Pública de Curitiba um pedido de interpelação a Requião para que explique o suposto discurso que teria sido feito em comício do petista na sexta-feira passada, no Centro Cívico.

Na última terça-feira, o PFL protocolou na Justiça Eleitoral um pedido de abertura de investigação judicial eleitoral contra Requião e Angelo Vanhoni, por abuso do poder de autoridade. No programa do candidato do PFL exibido no horário eleitoral gratuito, Bertoldi disse que o governador está adotando uma atitude “fascista”. Segundo a assessoria de Requião, a reação do governador será dura contra o pefelista. (EC)

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