Requião chama Bernardo para o cachimbo da paz

Dois meses depois de tomar posse no Ministério do Planejamento, o deputado federal Paulo Bernardo (PT) e o governador Roberto Requião (PMDB) se encontraram para uma conversa político-administrativa, na granja do Cangüiri, no último sábado, dia 30.

Requião convidou Bernardo para jantar e quebrar o gelo numa relação que sempre foi conturbada e marcada por críticas emitidas pelos dois lados. Tanto que o governador sequer compareceu à homenagem prestada pela Assembléia Legislativa há quinze dias para Bernardo, um dos principais defensores do lançamento de candidatura própria do PT ao governo do Estado.

Os acompanhantes do ministro foram o diretor-geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, e o deputado estadual Natálio Stica. "Existia um clima pesado e a conversa foi muito boa. O governador deseja continuar ajudando o presidente Lula e houve uma troca de informações com o ministro. Foi uma boa aproximação", afirmou Stica, observando que houve mais troca de opiniões administrativas do que políticas.

Segundo o deputado estadual petista, Bernardo e Requião não chegaram a se aprofundar na conversa sobre a sucessão estadual do próximo ano, mas o governador abordou a sucessão presidencial de 2006. Requião fez questão de avisar ao ministro que se houver prévias no PMDB irá disputar a indicação para ser candidato a presidente da República. Stica relatou que Requião justificou que precisa participar do processo interno de discussão no PMDB em todas as suas etapas para marcar as posições do que considera como a ala autêntica peemedebista.

Ex-líder do governo Requião, Stica disse que entendeu a posição do governador não como uma declaração de confronto com o PT, mas de apoio a Lula. "Ele disse que não quer deixar que o processo corra à revelia do PMDB autêntico e seja dominado pela ala que não fecha totalmente com o Lula", justificou.

Para o deputado petista, resta ao PT do Paraná esperar pelo desenrolar do processo nacional antes de tomar uma posição no estado. Stica disse que é forte a tendência de lançamento de candidatura própria ao governo no Estado, mas que a palavra do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pode alterar essa disposição. Ou seja, se Lula entender que precisa do apoio de Requião para sua reeleição, o PT terá que dar a contrapartida ao peemedebista no seu projeto eleitoral no Paraná. "A palavra do presidente influencia. Mas não haverá definição antes do PED (processo de eleição direta para os diretórios nacional, estaduais e municipais do PT, marcado para setembro).

No plano administrativo, Requião apresentou os pedidos de verbas para várias áreas. O ministro anunciou que o governo federal irá investir em ferrovias e também nas rodovias. Entre as obras prometidas por Bernardo, está a conclusão da estrada Boiadeira, que liga Campo Mourão a Cruzeiro do Oeste, uma antiga reivindicação do Paraná. 

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