Que aliança?

Raupp diz que PMDB vai de candidatura própria até para presidente

O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, disse, neste sábado, em Curitiba, que, apesar do sucesso da aliança entre PT e PMDB nas eleições presidenciais do ano passado, quando juntos, elegeram a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB), os dois partidos devem buscar candidaturas próprias nas eleições municipais do ano que vem, deixando a aliança para eventuais segundos turnos.

Raupp participou do encontro da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), na capital paranaense, que deliberou, justamente, pelas candidaturas próprias do PMDB em todas as cidades em que está estruturado no Estado.

O senador, que esteve nesta semana com o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o PMDB pretende, até, ter candidato próprio a presidente em 2014. “O PMDB precisa preparar candidaturas próprias, na maioria dos municípios, nos governos estaduais, que eventualmente, darão sustentação a uma candidatura própria à presidência. Mesmo fazendo parte do atual governo, não nenhum compromisso para as próximas eleições e temos dois nomes sendo preparados para disputar a Presidência da República: o vice-presidente Temer e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral”, anunciou.

Da mesma forma pensa o presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), o ex-ministro Elizeu Padilha. Além das candidaturas próprias, em cada município, Padilha convocou os participantes do evento a ampliarem as ações de militância política em seus estados e municípios de atuação.

“Nós precisamos levar o debate para os municípios, apresentarmos nossas propostas e ampliar a discussão sobre política de uma forma geral. A partir da extensão do debate, vamos formar multiplicadores sociais e da própria proposta política do PMDB”, ressaltou. 

Raupp disse que essa expedição que a FUG está realizando por todo o Brasil (começou por Curitiba) servirá para mobilizar a militância e prospectar possíveis candidatos. “Em cidades que não tivermos nomes competitivos, vamos buscar filiar lideranças. Em São Paulo, filiamos o deputado federal Gabriel Chalita (ex-PSB). Mas aqui no Paraná não haverá essa necessidade, pois temos bons quadros para disputar a prefeitura de Curitiba e das demais principais cidades”, comentou, apesar de uma ala do PMDB paranaense defender o convite ao ex-deputado federal Gustavo Fruet (PSDB).

Questionado sobre o pouco espaço que o PMDB do Paraná ocupou no governo federal, mesmo após tendo desistido da candidatura própria ao governo do Estado para ajudar na construção do palanque de Dilma, Raupp descordou das cobranças “O PMDB do Paraná tem o Rodrigo Rocha Loures na assessoria direta do vice-presidente, indicou dois ou três diretores de Itaipu e terá, em breve o ex-governador Orlando Pessuti em um importante cargo federal”.

O presidente do PMDB diz que seu partido não se intromete na crise da Casa Civil, por conta do rápido enriquecimento do ministro Antonio Palocci, mesmo a crise afetando um governo do qual faz parte, mas deu um sinal de qual deve ser o destino do ministro. “No governo Lula também tivemos problemas na Casa Civil, o ministro (José Dirceu) caiu, e o governo acabou muito bem”, comparou.