Presidência da Assembléia, todos brigam pela noiva

Mal desencadeou o processo de eleição da nova Mesa Executiva da Assembléia Legislativa, a bancada estadual do PMDB já começa a enfrentar pressões das demais forças em plenário. A oposição reconhece o direito de o maior partido da Casa eleger o presidente, mas exige um perfil adequado ao cargo e participação nos cargos. Já aliados como o PT se movimentam para formar um bloco paralelo com PTB, PL e PV para ganhar mais poder de fogo nas composições.  

Por enquanto, o PMDB se ocupa da disputa interna. Ontem, o deputado estadual eleito e atual secretário de Transportes, Waldyr Pugliesi, teve seu nome acrescentado à lista de peemedebistas interessados no cargo, onde já estão os deputados Nereu Moura, Antonio Anibelli, Caíto Quintana e Luiz Claudio Romanelli. Corre por fora o deputado Alexandre Curi, que não apresenta o nome, mas já avisou que não recusa a indicação.

Como se o quadro já não tivesse suficientemente embolado, hoje entra um novo componente em cena que é a volta do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PMDB), ao cargo. Brandão não estará na próxima legislatura, mas ninguém coloca em dúvida o seu poder de interferir nos destinos da futura Mesa Executiva da Assembléia. E ao que tudo indica, o deputado tucano está disposto a fazer cumprir um acordo antigo, segundo o qual, o seu sucessor seria o deputado Nelson Justus (PFL), de quem recebeu o cargo, em 2000.

Perfil

A oposição está esperando para ver os desdobramentos da disputa no PMDB, mas ainda não descartou uma candidatura. ?Nós que perdemos a eleição temos que ficar bem quietinhos olhando. Mas se o PMDB brigar muito, podem surgir outras articulações?, afirmou o deputado Durval Amaral (PFL).

O pefelista disse que não é qualquer nome que o PMDB irá emplacar. No perfil do candidato ideal apontado por Amaral sobressaem algumas qualidades como poder de conciliação, ponderação, equilíbrio e experiência, além de ter trânsito em todas as alas em plenário.

Já no PT, a idéia de criação de um bloco surgiu como uma forma de se fortalecer nas negociações com o PMDB. ?Estamos nos organizando para que o respeito prevaleça nessa discussão?, disse o deputado petista Elton Welter. Além do cargo de presidente, entre os oito cargos da Mesa, os mais valorizados são a 1.ª e 2.ª secretarias. Estas posições o PMDB se propôs a dividir com PT e a ala do PSDB que se alinha ao governo. Os demais partidos não gostaram muito. ?O PMDB tem que combinar com todos os partidos a composição da Mesa?, disse o deputado Augustinho Zucchi (PDT). 

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